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Embora pareçam estranhos para algumas pessoas, rituais de passagem de ano fazem parte da tradição de muita gente. É pular sete ondas para atrair coisa boa, incluir peixes na ceia para ter fartura o ano todo ou tomar banho de sal grosso para livrar-se das más energias, só para ficar em alguns exemplos. No entanto, mais do que apostar as fichas nas velhas simpatias, há quem encare o mês de dezembro como uma possibilidade real de renovação, creditando à fé os frutos que serão colhidos no próximo ciclo.
Na umbanda, religião de matriz africana cujo ano espiritual só termina na Quarta-feira de Cinzas, o momento é oportuno para agradar exu – espécie de mensageiro que faz a ponte entre o humano e o divino. Além de fazer oferendas, os praticantes lavam as cabeças no mar ou em cachoeiras, simbolizando a purificação energética para receber o Ano Novo.
Diretora social da Federação Brasileira de Umbanda e professora dos cursos da instituição, sediada no Rio de Janeiro, a Yalorixá Dayse Freitas Aiepeamana explica que o primeiro ritual pode ser feito por qualquer pessoa, desde que realizado em um terreiro. Já o segundo, precisa ser conduzido por profissionais consagrados na religião.
Quem acredita nos preceitos da doutrina também pode defumar a casa com alfazema, alecrim seco e incenso ou preparar uma mesa com melão e uva verde, frutas que atraem paz, harmonia e felicidade. Dayse ensina, ainda, um banho de limpeza energética para ser feito no dia 31. “É só ferver a água, colocar pétalas de sete rosas brancas e tomar o banho da cabeça aos pés. A intenção é ter um ano novo bom, com força e prosperidade”, detalha.Pixabay/Divulgação
Na umbanda, alfazema, alecrim seco e incenso são usados para defumar a casa; no banho, rosas brancas atraem força e prosperidade
Preces
No budismo, não há práticas específicas direcionadas para o fim de ano. Em Belo Horizonte, porém, frequentadores do Centro Budista Kadampa Maitreya, no bairro Cidade Jardim, Zona Sul, passam a virada entoando preces para Tara Verde (Buda feminino, manifestação da sabedoria suprema de todos os Budas).
Coordenador de estudos do espaço, João Loureiro explica que as orações começam por volta das 22h30 e terminam após a meia-noite. “As intenções podem ser individuais, mas o objetivo é comum: gerar mente positiva para iniciar o ano da mesma forma”, ressalta.
Também são feitas oferendas, imaginadas (um sentimento bom ou um local bonito, por exemplo) ou efetivas (alimentos e/ou bebidas consumidos depois). Qualquer pessoa pode participar do ato.
Maurício Vieira
Em Belo Horizonte, budistas passam a virada entoando preces pelo ano que está prestes a chegar, além fazer oferendas a Buda
Além disso:
Ao contrário das religiões que usam a força da fé para direcionar os rituais de passagem, a numerologia, como o próprio nome diz, apoia-se nos significados por trás dos números para explicar algumas das tradições desta época do ano.
Escritora e astróloga com experiência em runas, tarô, leitura de mão e numerologia, Jacqueline Cordeiro, autora do site esoterissima.com.br, enumera alguns exemplos que podem ser incorporados às simpatias ou ritos já tradicionais nesse período.
“O 1 guarda relação com assertividade e liderança, o 2, com parcerias afetivas e profissionais, já o 3 tem a ver com criatividade e inspiração, enquanto o 4 simboliza foco e organização”, explica.
Para renovar o ambiente, ela ensina um ritual com sete laranjas. Retire as tampas das frutas, remova o miolo e coloque-as sobre um prato. No centro do recipiente, fixe uma vela branca. Acenda a vela e, em seguida, faça o mesmo com os bowls formados pelas laranjas abertas.
Defume a casa inteira com o aroma cítrico das laranjas, pedindo para ir embora tristeza, rancor, mágoas, dificuldade financeira e quaisquer outros sentimentos ruins.
Confira abaixo outros rituais e simpatias tradicionais:Editoria de Arte