"Bola" diz que teve direito de defesa cerceado e classifica delegados com "anjo bom" e "anjo mau"

Renata Evangelista e Ana Clara Otoni- Hoje em Dia
27/04/2013 às 11:11.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:12

  O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, que começou a ser interrogado pela juíza Marixa Fabiane Lopes às 10h31 deste sábado (27), disse que teve seu direito de defesa cerceado pelo delegado Edson Moreira, que presidiu o inquérito que resultou em seu indiciamento e com quem já tinha uma rixa antiga. Em seu depoimento, o réu negou, no entanto, que foi agredido após ser preso acusado de matar a ex-amante do goleiro Bruno, a modelo Eliza Samudio. Contudo, ele disse que seu desafeto ameaçou interrogá-lo pelo sistema de "pau-de-arara".   À magistrada, "Bola" classificou os delegados que trabalharam no caso como "anjo bom" e "anjo mau". Segundo ele, o delegado Júlio Wilke se enquadra na primeira opção, já que o tratava de forma respeitosa. Ao contrário da atitude de Moreira, que o réu disse ser arrogante. Sobre as outras duas delegadas que trabalharam no inquérito, o ex-policial disse que elas foram coerentes.   Conforme o réu, ele não prestou esclarecimentos sobre o sumiço de Eliza Samudio, logo que o caso repercutiu em todo o Brasil, porque não tinha advogado e, quando conseguiu alguém para defendê-lo, o advogado informava que precisava de tempo para ler os autos do processo para orientar o cliente.   Marcos Aparecido dos Santos informou para a juíza e para os jurados que foi preso na casa de sua tia, no bairro Leblon, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. O réu disse que estava vendo televisão, acompanhando a cobertura do caso, quando foi detido.   "Bola" começou a ser ouvido nos primeiros minutos deste sábado. Ele negou o crime, informou que não conhecia pessoalmente o goleiro Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", e contou, também, uma rixa que teve com o delegado Edson Moreira, que atualmente é vereador pela capital mineira.   Comadre   A magistrada Marixa Fabiane questionou se "Bola" se sentiu intimidado a responder às perguntas dela, durante a fase de instrução judicial. Ele disse que na época não, mas que achou que juíza era comadre dos delegados Alessandra e Júlio Wilke, que são casados. A magistrada respondeu: "para sua informação, não sou. Eu só conheci essas autoridades policiais durante a fase processual".    O réu explicou que "chegou ao ouvido dele" que ela era comadre do casal de policiais. Ele disse que quando se entra na Polícia Civil é comum ouvir que é bom ter amizade com juízes e promotores. Além disso, ele contou que pensou que a magistrada tivesse poder sobre o promotor Henry Wagner Vasconcelos. "Bola" negou que tenha recebido a orientação para não responder às perguntas da magistrada na época que era defendido por Zanone Oliveira.

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