"Bola" se diz debilitado por prisão e nega ter conhecido goleiro Bruno

Renata Evangelista e Thais Mota - Hoje em Dia
27/04/2013 às 01:06.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:12

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", acusado de executar a modelo Eliza Samudio, disse logo no início de seu depoimento que está com a saúde debilitada devido aos três anos de prisão. Ele alegou ser inocente do crime pelo qual está sendo julgado e afirmou não conhecer o goleiro Bruno Fernandes de Souza e nem nenhum dos réus envolvidos no processo.   O réu começou a ser ouvido no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nos primeiros minutos da madrugada deste sábado (27). Para começar os trabalhos, a juíza Marixa Fabiane Lopes fez a leitura da denúncia oferecida pelo Ministério Público - homicídio qualificado e ocultação de cadáver.   Antes mesmo do réu começar a falar, o advogado José Arteiro, que representa a família de Eliza, entrou no plenário aos berros. A defesa de "Bola" alegou que o cliente estava sendo ameaçado pelo defensor. "O plenário estava mais tranquilo sem a sua presença", disse a juíza a Arteiro.   Perguntado pela magistrada, o réu confirmou que conhece o advogado Ércio Quaresma há mais de 20 anos. Disse, também, que não conhecia o goleiro Bruno e só foi ter contato pessoalmente com Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", após ser preso. Antes disso, ele teria conversado com o ex-braço direito do atleta por umas duas vezes para tratar da carreira do filho, que pretendia jogar futebol.   O réu confirmou, também, que se tornou amigo do ex-policial civil José Laureano de Assis, o "Zezé", durante treinamentos do Grupo de Resposta Especial (GRE) em seu sítio em Esmeraldas, na RMBH. Além disso, ele informou que mantém amizade com o também ex-policial Gilson Costa há 22 anos. Os dois ex-policiais não foram indiciados, mas estão sendo investigados por participação no crime em um inquérito complementar.   À juíza, "Bola" contou que exiete um clima de animosidade com ex-delegado Edson Moreira desde a época em que era policial em São Paulo. Segundo ele, em meados de 1991 o delegado, que atualmente é vereador na capital mineira, era coordenador-chefe da turma do réu na Academia de Polícia Civil (Acadepol).    Durante a aula de práticas policiais, "Bola" teria utilizado um uniforme marrom igual ao do delegado, enquanto os demais alunos utilizaram uniforma azul. Por isso, Moreira identificou que o uniforme pertenceria aos policiais paulistas. Os dois então conversaram e Moreira teria dito que foi terceiro sargento da cavalaria em São Paulo, enquanto os demais aspirantes pensavam que ele era da Rota. "Foi aí que surgiu a animosidade".   Conforme o réu, ele foi tratado como "cachorro" pelos delegados do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) quando foi preso, em 2010.

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