LA PAZ - O governo boliviano desmentiu que tenha revistado um avião militar que transportava o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, em 2011.
"O governo do presidente Evo Morales desmente da maneira mais categórica os termos da publicação e afirma, como prova da falácia, que, simplesmente, o ministro Amorim não visitou o país ano passado", afirmou a ministra da Comunicação, Amada Dávila.
Dávila afirmou que isto é uma "brincadeira da imprensa e a imprensa (na Bolívia) caiu", ao reproduzir uma primeira versão publicada na segunda-feira no site brasileiro Diário do Poder, que revelou o incidente.
O ministério da Defesa brasileiro também informou na terça-feira, em um comunicado, que a aeronave de Amorim foi revistada pela Bolívia no segundo semestre de 2011, em um ato que representou uma "violação da imunidade".
"Houve no segundo semestre de 2011 ações por parte das autoridades bolivianas que configuraram violações da imunidade de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), uma delas envolvendo o avião que levou o ministro da Defesa em viagem oficial a La Paz no fim de outubro de 2011", afirma a nota.
A ministra boliviana afirmou que Amorim não passou por La Paz nos últimos 18 meses e "que sua última escala na Bolívia aconteceu em 2010, quando visitou a cidade de Santa Cruz, a 900 km de onde Roger Pinto está asilado na embaixada do Brasil".
O governo de La Paz disse que o caso não pode ser comparado ao sofrido pelo presidente Evo Morales há duas semanas na Europa, quando quatro países fecharam o espaço aéreo pela suspeita de que o foragido americano Edward Snowden estaria a bordo da aeronave presidencial.
Dávila afirmou que o caso Morales não é comparável com o que acontece com o senador opositor Róger Pinto, asilado na embaixada do Brasil em La Paz há mais de um ano, à espera de um salvo-conduto que o governo boliviano afirma que não emitirá.
A ministra destacou que o senador "tem processos em marcha e uma sentença". O governo faz várias acusações contra Pinto, que alega sofrer perseguição política.