Na frente em todas as pesquisas de intenção de voto, o candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, não fará esforços para a aprovação da reforma da Previdência que está no Congresso, enviada pela equipe do presidente Michel Temer (MDB). Conforme um dos aliados mais próximos, o deputado federal Lincoln Portela (PR), caso eleito, Bolsonaro encaminharia uma nova proposta, depois de ouvir todos os lados envolvidos e após ampla negociação com a Câmara.
“Ele não vai insistir para votar essa proposta. Hoje, existem três textos lá (na Câmara). É um pior que o outro. Costumo dizer que o porco estava com muita gordura. Esses três textos são uma porcaria. O presidente Michel Temer não usou de três princípios: conscientização, organização e mobilização. E, depois, o Bolsonaro não vai querer entrar em uma reforma misturado com o Centrão”, afirmou o parlamentar referindo ao grupo de partidos políticos que negocia em bloco em troca de participação no governo.
Segundo ele, a reforma da Previdência deve ser conduzida de forma a colher opiniões de todos os setores. “Não será feita de forma açodada. Tem que ser uma proposta solidária, que seja amplamente discutida, com sindicatos, associações, trabalhadores, segurança pública, patronal”, completou.
Portela defendeu ainda que se faça uma auditoria no caixa previdenciário, antes da reforma. “Tem que ter uma conscientização de como está a previdência. Depois, se organiza com a sociedade civil e se mobiliza. E depois faremos uma composição com a Presidência da Câmara”, acrescentou.
Para o aliado de Bolsonaro, o novo presidente da Casa não deveria ser o filho do possível presidente, Eduardo Bolsonaro. Nem alguém do partido dele. “E também não deveria ser ninguém do Centrão, como Rodrigo Maia (DEM)”, disse.
Sobre o Centrão, se Bolsonaro for eleito, não deverá negociar com o bloco.
“O Centrão é uma disforme política. Ele não vai compor com o Centrão em hipótese alguma. Vai compor com parlamentares que tiverem ideias afins. Centrão é palavrão”, afirmou Portela.
Aliados dizem que Bolsonaro não negociará em bloco. Mas irá compor com parlamentares individualmente, para garantir a governabilidade.