(Twitter Lincoln Portela/Reprodução)
O apoio à reeleição de Romeu Zema (Novo) para o governo de Minas nas eleições do ano que vem está entre os pontos considerados inegociáveis da filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL. Ocorrida na terça-feira (30), em Brasília, o ato pôs fim a um período de dois anos em que o presidente esteve sem filiação partidária, depois de deixar o PSL em 2019, partido pelo qual foi eleito em 2018.
Antes prevista para o dia 22, em uma referência ao número do partido nas urnas e também para reforçar o ano em que ocorrerão as próximas eleições, a filiação de Bolsonaro ao PL acabou adiada por conta de divergências entre o presidente Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, por conta principalmente das costuras nos Estados.
No caso do diretório de Minas, conforme relata o deputado federal Lincoln Portela, vice-presidente da sigla no Estado, a situação sempre esteve tranquila. Ele conta que, inclusive, o apoio à reeleição de Zema é certo.
“Cada partido é um planeta e, nessa analogia, nós somos o planeta PL. Um planeta extremamente democrático, sem crises internas e sempre superando bem seus desafios. Ocorre que esse planeta PL recebeu habitantes vindos de outros planetas, então é preciso uma reacomodação, pois por certo haverá um ou outro descontentamento”, diz Portela, que participou do evento de filiação do presidente.
Movimentação partidária
O PL é a terceira maior sigla da Câmara dos Deputados, com 43 parlamentares, atrás apenas do PSL, com 54, e do PT, com 53 integrantes. Tem ainda quatro senadores. Em Minas, são 3 federais – Lincoln Portela, Aelton Freitas e Zé Vitor – e 2 estaduais – Gustavo Santana e Léo Portela.
Com a filiação do presidente Jair Bolsonaro, o PL estima terminar a atual legislatura com cerca de 70 deputados federais, número que o tornaria o maior partido na Câmara. A expectativa é que até 30 nomes ingressem na sigla durante a próxima janela partidária, em março de 2022, período em que parlamentares podem mudar de partido sem risco de perder o mandato.
A maior parte dos novos liberais deve vir do União Brasil, partido originário da fusão do DEM com PSL e que abriga boa parte dos bolsonaristas.
Em Minas, conforme Portela, há a expectativa de que o PL receba, na janela de março, a filiação do deputado federal Eros Biondini, hoje no PROS. Procurado pela reportagem, Biondini não retornou ao recado.
Histórico
O presidente Jair Bolsonaro estava sem partido desde 2019, quando se desfiliou do PSL, pelo qual foi eleito em 2018, após divergências com o presidente nacional da sigla, Luciano Bivar, motivadas sobretudo pelo controle dos diretórios regionais. Bolsonaro anunciou então que criaria seu próprio partido, o Aliança Brasil, mas o projeto não prosperou.
O PL é a nona legenda pela qual o presidente já passou em sua carreira política. Os outros oito foram: PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP, PSC e PSL.
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