Um avião da companhia sul-coreana Asiana Airlines acidentou-se neste sábado (6) durante operação de pouso no Aeroporto Internacional de São Francisco. Procedente de Seul, Coreia do Sul, o Boeing 777 teria perdido a cauda ao colidir com a pista, rodopiado e sofrido uma explosão que destruiu quase todo o seu teto. Passageiros foram obrigados a sair por escorregadores de emergência. O Corpo de Bombeiros de São Francisco informou extraoficialmente haver dois mortos e 61 feridos.
O acidente ocorreu às 11h30 (17h30, no horário de Brasília), depois de mais de dez horas de viagem aparentemente tranquila. O vôo 214 trazia 291 passageiros e 16 tripulantes. Entre eles, um grupo de estudantes coreanos em férias. Até as 20h de hoje (6), horário de Brasília, as identidades das vítimas e suas nacionalidades não tinham sido divulgadas pelas autoridades locais. O aeroporto continuava fechado, por determinação da Administração Federal de Aviação.
Residente em São Francisco, Kate Belding, corria nas proximidades do aeroporto e assistiu à colisão da aeronave com o solo. "O avião começou a aterrizar em ângulo errado, houve um forte estrondo e você podia ver uma nuvem de fumaça negra", descreveu ela para a rádio KCBS. Ela acrescentou ter visto também uma "bola de fogo".
Passageiro do vôo 214, o executivo David Eun postou no Twitter sua descrição. "Os bombeiros estão no local. Estão retirando os feridos. Eu não via algo parecido desde 11 de setembro", afirmou, referindo-se aos ataques terroristas aos EUA, em 2001. "Estou bem. Muitas pessoas estão totalmente calmas e tentando ajudar as equipes de resgate. A maioria dos passageiros parece ok."
Um adolescente que preferiu não ser identificado disse a jornalistas, no aeroporto, que assustou-se quando o avião bateu no chão. "O teto ruiu totalmente sobre muitas pessoas", contou o passageiro. A porta-voz do Hospital Geral de São Francisco, Rachel Kagan, informou haver dez vítimas internadas em estado crítico, dentre as quais duas crianças.
A Agência Nacional de Segurança de Transporte (NTSB, na sigla em inglês) e o FBI enviaram suas equipes de investigação para o local. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi informado e será atualizado pelo Conselho de Segurança Nacional, que acompanha o caso.
Apesar de funcionários do aeroporto mencionarem o local do acidente como "cena do crime", autoridades americanas da área de segurança informaram a imprensa não haver sinais de ter sido um atentado terrorista.
Segundo a presidente da NTBS, Deborah Hersman, a investigação se dará com total cooperação da Boeing, que entregou a aeronave 777 à Asiana há sete anos, e da agência coreana de segurança aérea. Ela mencionou, na tarde de hoje, ser ainda "muito cedo" para apresentar hipóteses sobre o acidente. A coleta de dados ainda estava por começar.
O acidente foi o segundo maior nos Estados Unidos desde 2001, quando um Airbus da American Airlines colidiu com a pista do Aeroporto Internacional de Nova York no momento de sua decolagem. Em 2009, a queda de uma aeronave da Colgan Air, operado pela Continental Express, sobre uma casa próxima de Búfalo, Estado de Nova York, provocou a morte de 50 pessoas.
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