(Bombeiros/Divulgação )
O Brasil perdeu com a violência no trânsito R$ 56 bilhões em 2014 quando 43.780 pessoas morreram - 2% a mais que o número de vítimas fatais do ano anterior - e cerca de 600 mil ficaram com sequelas permanentes em função dos acidentes. Os dados são de um levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária, divulgado nesta quinta-feira, 17. De acordo com o levantamento, o valor utilizado para pagar os custos com as mortes e tratamento das vítimas de acidente de trânsito corresponde a todo o repasse do governo federal para todos os Estados da região norte do País mais os Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
De acordo com José Tiago Bastos, professor de Segurança Viária da UFPR e responsável pela pesquisa do Observatório, o valor de R$ 56 bilhões contabiliza todo o custo social com os acidentes de trânsito, considerando desde o gasto com o atendimento médico (resgate, tratamento hospitalar, reabilitação), infraestrutura (conserto de equipamentos de trânsito danificados com o acidente e custos do atendimento da polícia e bombeiros) até perdas de produção (custo previdenciário e a impossibilidade do acidentado de trabalhar). Das 43.780 mortes registradas no trânsito brasileiro em 2014, 7.032 ocorreram em São Paulo, 4.396 em Minas Gerais e 3076 no Paraná - que são os Estados brasileiros com maior frota de veículos. Os três Estados concentraram, em 2014, um terço das mortes de trânsito.
Todas as regiões do País tiveram aumento nas mortes de trânsito em 2014. O maior foi na região Sudeste, com aumento de 4%, em relação ao ano anterior. Houve queda de vítimas fatais apenas entre os pedestres e ciclistas, de 4,5% e 2,6% a menos que em 2013. Entre os automóveis, motocicletas e ônibus houve aumento de 1,3%, 2,3% e 32,4%, respectivamente, no mesmo período. Para José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório, o aumento do número de acidentes de trânsito no Brasil é preocupante, pois o País registrou um aumento de 23% de óbitos e em 2004 foram 35 mil mortes no trânsito. "E nesse período não foi feito praticamente nada em caráter educacional para mudar essa realidade. houve aumento de fiscalização e no valor da penalização, mas isso não faz mudar a percepção de risco dos motoristas", disse. Ramalho afirma que é preciso conscientizar os motoristas sobre os riscos que ele representa e que pode sofrer no trânsito. "As pessoas hoje tem medo da penalização, não das consequências de um possível acidente. Isso precisa mudar".Leia mais:
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