Brasil quer usar bolas aéreas contra baixinhos do Chile

Alberto Ribeiro e Felipe Torres - Hoje em Dia
25/06/2014 às 07:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:08
 (Jefferson Bernardes)

(Jefferson Bernardes)

Assim que os atletas da Seleção descem ao campo principal da Granja Comary, os jornalistas têm uma certeza: Luiz Felipe Scolari exigirá inúmeros lances de bola parada. Virou quase rotina nas atividades técnicas/táticas, em Teresópolis, os apitos do treinador ordenando Neymar repetir as cobranças de escanteio e faltas laterais.

Mas, até agora, a insistência de Felipão não deu resultado. Após os três duelos do Grupo A da Copa – com Croácia (3 a 1), México (0 a 0) e Camarões (4 a 1) –, o Brasil ainda busca melhorar o desempenho em tal fundamento. O único gol de cabeça foi o de Fred, diante dos camaroneses.

Scolari deve intensificar essas atividades a partir desta quarta-feira (25). Tudo porque o Chile, adversário das oitavas (no próximo sábado (28), às 13 horas, no Mineirão), tem na baixa estatura um ponto fraco.

A média de altura dos titulares chilenos fica nos 1,74m. E os zagueiros são considerados “baixinhos”. Medel tem só 1,72m e Jara, 1,78m. A média de altura de todos os 23 convocados é de 1,76m, a menor entre as 32 seleções do Mundial.

Aposta por baixo

O técnico Jorge Sampaoli vem apostando em uma formação leve no torneio, com jogadores rápidos. A estratégia funcionou nas vitórias sobre Austrália (3 a 1) e Espanha (2 a 0). Contra a Holanda, a deficiência chilena se evidenciou. Leroy Fer abriu o placar, numa cabeçada. A Laranja Mecânica venceu por 2 a 0.

Apesar da boa movimentação, que envolve os adversários, o comandante da Roja não esconde a preocupação com o constante bombardeio na área.

Não por acaso, ele cobra muito dos jogadores a antecipação da bola para evitar as jogadas aéreas. Ensaiar lances de escanteio e cruzamento também é umas das estratégias nos treinos. Contra a Holanda, nada disso funcionou. Assim como os brasileiros, os holandeses têm média de altura de 1,80m. Também contra a Austrália, o gol sofrido pelos chilenos saiu de um cruzamento na área.

Por isso, a ordem é atenção total diante do Brasil. “Nossos adversários tentam se aproveitar de cada erro que tivermos. É a partir daí que temos de trabalhar cada parte para não sermos surpreendidos”, analisa Sampaoli.

Um dos homens de confiança do treinador, o zagueiro Jara minimiza a deficiência. “Altura nem sempre é uma vantagem. Nossos defensores têm agido bem no tempo de bola e diminuído as distâncias dos atacantes adversários. Também procuramos não dar espaço no meio-campo para que os rivais não mandem bolas na nossa meta”, analisa o defensor.

Insistência de Felipão

Frente aos mexicanos, a Seleção Brasileira abusou do chamado “chuveirinho”, mas não obteve sucesso. A situação tende a se repetir no duelo com o Chile. A média de estatura dos canarinhos, com Paulinho de titular, chega a 1,81m. Caso jogue Fernandinho, a equipe perderá um centímetro.

A própria zaga do Brasil, incumbida de rechaçar as investidas rivais, torna-se uma ótima opção nas jogadas de bola parada. Thiago Silva tem 1,83m, enquanto David Luiz, o mais alto do time titular, 1,89m.

Por outro lado, a preocupação de Felipão é com os laterais. Daniel Alves e Marcelo não estão bem, deixando espaços no sistema defensivo. E perdem muito ao marcar os oponentes em faltas e escanteios, devido à baixa estatura. Daniel tem 1,73m e Marcelo, 1,74m.

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