Brasileiros em Portugal fazem ato em apoio às manifestações no Brasil

Gilberto Costa - Agência Brasil
18/06/2013 às 21:24.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:15

LISBOA – Centenas de brasileiros que moram em Lisboa no fim da tarde (horário local) desta terça-feira (18) se concentraram em frente do consulado brasileiro na cidade, na Praça Luís de Camões, na zona turística e de grande circulação de pessoas, para um ato de apoio às manifestações que ocorrem no Brasil desde a semana passada. Não há contagem oficial sobre o número de participantes em Lisboa, onde residem mais de 10 mil brasileiros (Censo 2011).

Assim como ocorreu nas manifestações mais recentes no Brasil, o ato não seguiu um tema específico: cartazes e palavras de ordem faziam referências ao custo da passagem de ônibus em São Paulo e ao gasto excessivo de dinheiro público nos estádios para a Copa do Mundo e pediam verba para a saúde e educação. Eles também protestaram contra a repressão policial, a construção da Usina de Belo Monte, no Pará, e o governo federal.

Para a brasileira Amanda Guerreiro, de 27 anos, mestre em antropologia, que carregava um cartaz na manifestação defendendo o Programa Bolsa Família e a distribuição de renda no Brasil, os protestos são importantes e não ocorriam desde a mobilização para o impeachment de Fernando Collor (1992). Ela, no entanto, assinalava a falta de foco para as manifestações. “São demandas muito difusas e variadas e as pessoas acabam perdendo o foco da mudança e de uma mobilização com algum sentido prático e que tenha possibilidade de algum efeito”, disse.

O ator e dublador português Guilherme Ferreira de Macedo, de 23 anos, que acompanhou as manifestações no Brasil pela internet e participava do ato em Lisboa, discorda e enxerga uma razão que aglutina os protestos, inclusive em outros países. “A revolta com o aumento das passagens é apenas uma parte de um problema que não se vive apenas no Brasil. Em outras partes do mundo há essa atmosfera e ocorrem protestos apartidários e a favor de uma mudança política profunda e maior que se quer mostrar. Não é o aumento dos transportes públicos que está levando as pessoas para as ruas, também é toda a pressão social de uma política que se baseia no [interesse do] capital.

O cônsul-geral do Brasil em Portugal, embaixador Ruy Casaes, disse à Agência Brasil que a manifestação não tinha a ver com qualquer problema dos brasileiros no estrangeiro e que “o consulado foi indagado pelos organizadores quanto às providencias para o ato de apoio às manifestações”. A indicação do cônsul foi que os organizadores procurassem a Polícia de Segurança Pública para ter permissão do ato. “A praça é livre”, disse.

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