A selvageria dos torcedores em São Januário reabre a discussão sobre as torcidas organizadas.
De qualquer forma, a violência no futebol não é um fenômeno intrínseco ao esporte, muito embora não sejam raros os exemplos de manifestações violentas em partidas nos campeonatos ao redor do globo.
Hoje em dia, vemos muitas brigas e discussões em jogos de futebol (principalmente por parte da torcida organizada)
A maior demonstração de violência foi a tragédia histórica do Estádio do Heysel, na Bélgica, durante a final da Taça dos Campeões Europeus de 1985, entre o Liverpool da Inglaterra e a Juventus da Itália.
Esse episódio resultou em 38 mortos e um número indeterminado de feridos.
Os hooligans ingleses foram responsabilizados pelo incidente, o que resultou na proibição das equipes britânicas participarem em competições europeias por um período de cinco anos.
As torcidas organizadas brasileiras praticam numerosos atos de vandalismo tendo como principal alvo a torcida rival.
Apesar dos números assustadores esses casos são muito mais frequentes quando os jogos acontecem entre equipes do mesmo estado, principalmente em partidas de equipes das capitais estaduais.
Dentre as principais causas de brigas, estão, principalmente, a exacerbação das rivalidades entre as camadas menos favorecidas (formação de gangues nos bairros e aglomerados) com roupagem futebolística, e a cultura do medo entre essas mesmas camadas, que leva a uma postura intimidatória.
De acordo com uma pesquisa realizada em 1994, o promotor de Justiça Fernando Capez apurou que 15% dos integrantes das torcidas organizadas tinham antecedentes criminais. Segundo o sociólogo Maurício Murad, a porcentagem de torcedores violentos é de 5% a 7% e é difícil calcular quanto são os “brigões” dentro das torcidas organizadas, pois o Governo Federal não tem os números de torcedores organizados no país.
Sendo assim, pelo que me consta, com a conivência dos próprios clubes, continuaremos assistindo vez em quando, quando em vez, os mesmos atos de selvageria a que estamos acostumados a ver.
Fato lamentável que se postergará até que alguém definitivamente coloque moral nesta situação.