Em um discurso inflamado e cheio de frases polêmicas, o promotor Henry Vasconcelos não poupou esforços para mostrar aos jurados que o goleiro é o culpado pela morte de Eliza Samudio. Neste quarto dia de julgamento, Vasconcelos disse que "Bruno é o articulador, o manipulador, ele está no comando do comportamento de todos os demais envolvidos", acusou.
Segundo o representante do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a postura do goleiro fez com que Dayanne Rodrigues agisse contra os princípios da lei. "Este criminoso e facínora que matou Eliza Samudio ligou para Jorge e Macarrão diversas vezes no noite do sequestro", explica Henry.
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O promotor quer provar que Bruno deu as coordenadas de todo o crime. O laudo que mostra a presença de sangue na Land Rover do goleiro foi exibido ao Conselho de Sentença. "Eliza foi 'esganiçada' por Jorge na ocasião", disse o promotor enquanto o documento era apresentado às cinco mulheres e dois homens que compõem o júri.
Vasconcelos lembrou ainda que na noite do crime, em junho de 2010, Bruno ligou para o caseiro do sítio Elenílson Vitor da Silva e falou por 10 minutos. Para o promotor, o ex-goleiro do Flamengo estava dando as orientações para que Elenílson preparasse o cativeiro de Eliza.
O representante do MPMG relembrou a fala de Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", que demonstra a postura imperiosa de Buno Fernandes: "Eu sou pica. Aqui é o Bruno", repetiu. Após a morte de Eliza Samudio o goleiro teria acrescentado ainda "acabou esse tormento".
Carta do perdão
Segundo o promotor Henry Vasconcelos, o atleta disse que chegou a escrever uma carta para "Macarrão" pedindo perdão duas vezes aos amigos. Isso porque, além de envolvê-lo no crime, Bruno teria tratado o ex-braço-direito com desdém. "Pode ir dormir, bundão", teria dito Bruno ao então amigo na noite da morte de Eliza. Luiz Henrique teria revidado o tratamento da seguinte forma: "Depois dessa noite, você nunca mais vai me chamar de bundão. Você sabe", relatou o promotor.
Provocações
"Mais fácil tirar um dente sem anestesia do que a verdade dessa desgraça", inflamou o promotor Henry Vasconcelos. Eloquente, o representante do MPMG provocou os advogados de Bruno Fernandes, Tiago Lenoir e Lúcio Adolfo, ao se referir à defesa do goleiro como "prostituta escarlate".
Atualizada às 15h37.