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Mesmo quem torce o nariz para qualquer atividade física sabe que manter o corpo em movimento é fundamental para viver mais e melhor. O que muita gente ignora é que há uma rotina de exercícios adequada para cada biotipo e idade. Identificá-la faz toda a diferença nos resultados desejados.
Da primeira infância (por volta dos 6 anos) até a pré-adolescência, é bom priorizar atividades que estimulem a socialização e o desenvolvimento da coordenação e do equilíbrio, de forma bem lúdica, ensina o fisioterapeuta Rodrigo Moura, diretor da Fortaleser – Centro de Reabilitação e Condicionamento Físico, em Belo Horizonte.
De acordo com ele, nessa fase da vida o ideal é incentivar jogos, brincadeiras ao ar livre, aulas coletivas e atividades recreativas que ajudem a desenvolver ossos e articulações, mas que, principalmente, funcionem como complemento para o desenvolvimento natural da criança. “A atividade deve ser encarada como lazer e não com o intuito de cumprir uma regularidade ou metas. A ideia é o divertimento em primeiro lugar”, reforça o especialista em ortopedia e fisioterapia esportiva.
Mente e corpo em dia
A partir dessa fase, quando o adolescente está com os hormônios à flor da pele, quando surgem as principais mudanças fisiológicas, o ideal é acrescentar na rotina exercícios que promovam bem-estar psíquico e possibilitem o controle do peso em níveis considerados saudáveis.
A dica da gerente de Ginástica da Cia Athletica de BH, Luzana Mota, é unir atividades que sejam prazerosas e que promovam gasto calórico e trabalho de força. Apesar de controversa nessa fase, a musculação é indicada.
“Exercícios com o peso do próprio corpo costumam ser bem aceitos, mas a musculação também pode ser usada. Sugiro, nessa faixa etária, pensar em um treino mais intenso, com bom gasto calórico e que não deixe de ser prazeroso e divertido. Um dos objetivos é fazer com que a prática se torne um hábito”, diz.
Amplo repertório
Adultos, por sua vez, que já formaram ossos, articulações e desenvolveram bem o sistema cardiorres-piratório, têm à disposição vasto repertório de atividades. A recomendação do profissional de educação física Pedro Bianchetti, da Bodytech, é observar necessidades e eventuais limitações individuais para escolher o que melhor encaixa nelas. “Nenhuma modalidade em si é capaz de lesionar, ser boa ou gerar resultados ruins sozinha. Levamos em conta a condição do aluno e a organização do treino. Para os adultos, é fundamental separar grupos musculares e não repeti-los em dias consecutivos”.
Exercício de força minimiza perda muscular a partir dos 30
A partir dos 30 anos, mais do que uma atividade para promoção de saúde e aumento da longevidade, os exercícios físicos tornam-se um importante elemento para frear a perda de massa muscular – cerca de 1% ao ano – e ajudar, desta forma, na manutenção da autonomia e independência.
Mais comum e, por este motivo, popular também, a musculação é, segundo profissionais de educação física e fisioterapeutas, a modalidade mais indicada, desde que bem orientada e executada em ambiente controlado. Entre adultos e idosos, ela é capaz de promover o ganho de massa magra e, consequentemente, a manutenção da boa saúde.
"Entre os 30, 35 anos, a tendência de quem não pratica atividade física é perder aproximadamente 1% de massa (magra) por ano. Torna-se mais indicado, então, o treinamento de força, que trabalha com carga e resistência”, explica Rodrigo Moura, do FortaleSer, em BH.
De acordo com o fisioterapeuta, além de promover ganho de músculos, as atividades melhoram a saúde óssea, principalmente entre as mulheres na fase de transição para a menopausa – em torno dos 50, 55 anos.
“Com isso, há uma melhora na absorção de cálcio, que fica prejudicada nessa fase da vida, e há um atraso no desenvolvimento ou evolução de uma osteoporose, por exemplo”, explica o especialista em ortopedia.
Corrida e caminhada
Profissional de educação física da Bodytech, Pedro Bianchetti explica que a prevenção da osteoporose (perda de massa óssea durante o processo de envelhecimento) passa também pela prática de atividades de baixo impacto, como corrida e caminhada.
De acordo com ele, esse tipo de exercício ajuda a proteger e a estabilizar as articulações, estimulando a renovação óssea.
“Se a pessoa já tiver desenvolvido a doença, é fundamental que a atividade seja bem controlada e realizada sob a supervisão de um profissional, pois o limite entre benefícios e prejuízos pode ser bastante tênue”, alerta Bianchetti.
Pesquisa feita por ingleses, australianos e noruegueses divulgada este ano revelou que as chances de pessoas sedentárias desenvolveram depressão em relação às que praticavam atividade física foram 44% maiores.
Os dados foram coletados ao longo de 13 anos e levaram em consideração os hábitos das populações, as condições de saúde e ainda amostras de sangue dos participantes.
Resultados comprovam que se exercitar respeitando biotipo, idade e preferências ajuda a evitar ou retardar declínios cognitivos e o aparecimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
O tempo de atividade física do grupo que se exercitava não foi considerado. A Organização Mundial de Saúde (OMS), entretanto, recomenda pelo menos 150 minutos semanais de algum exercício físico para manutenção da boa saúde.
Confira as indicações de atividade para cada fase da vida. E exercite-se!Editoria de Arte