Cada um na sua vibe: atividade física ideal para cada fase da vida faz diferença nos resultados

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
28/01/2018 às 07:30.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:00
 (Fotos: Divulgação)

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Mesmo quem torce o nariz para qualquer atividade física sabe que manter o corpo em movimento é fundamental para viver mais e melhor. O que muita gente ignora é que há uma rotina de exercícios adequada para cada biotipo e idade. Identificá-la faz toda a diferença nos resultados desejados.

Da primeira infância (por volta dos 6 anos) até a pré-adolescência, é bom priorizar atividades que estimulem a socialização e o desenvolvimento da coordenação e do equilíbrio, de forma bem lúdica, ensina o fisioterapeuta Rodrigo Moura, diretor da Fortaleser – Centro de Reabilitação e Condicionamento Físico, em Belo Horizonte.

De acordo com ele, nessa fase da vida o ideal é incentivar jogos, brincadeiras ao ar livre, aulas coletivas e atividades recreativas que ajudem a desenvolver ossos e articulações, mas que, principalmente, funcionem como complemento para o desenvolvimento natural da criança. “A atividade deve ser encarada como lazer e não com o intuito de cumprir uma regularidade ou metas. A ideia é o divertimento em primeiro lugar”, reforça o especialista em ortopedia e fisioterapia esportiva.

Maturidade fisiológica e psicológica facilita a escolha dos adultos: “dá para mesclar condicionamento físico, jogos, além de força e flexibilidade”, diz Luzana Mota, da Cia Athletica

Mente e corpo em dia

A partir dessa fase, quando o adolescente está com os hormônios à flor da pele, quando surgem as principais mudanças fisiológicas, o ideal é acrescentar na rotina exercícios que promovam bem-estar psíquico e possibilitem o controle do peso em níveis considerados saudáveis.

A dica da gerente de Ginástica da Cia Athletica de BH, Luzana Mota, é unir atividades que sejam prazerosas e que promovam gasto calórico e trabalho de força. Apesar de controversa nessa fase, a musculação é indicada.

“Exercícios com o peso do próprio corpo costumam ser bem aceitos, mas a musculação também pode ser usada. Sugiro, nessa faixa etária, pensar em um treino mais intenso, com bom gasto calórico e que não deixe de ser prazeroso e divertido. Um dos objetivos é fazer com que a prática se torne um hábito”, diz.

Amplo repertório

Adultos, por sua vez, que já formaram ossos, articulações e desenvolveram bem o sistema cardiorres-piratório, têm à disposição vasto repertório de atividades. A recomendação do profissional de educação física Pedro Bianchetti, da Bodytech, é observar necessidades e eventuais limitações individuais para escolher o que melhor encaixa nelas. “Nenhuma modalidade em si é capaz de lesionar, ser boa ou gerar resultados ruins sozinha. Levamos em conta a condição do aluno e a organização do treino. Para os adultos, é fundamental separar grupos musculares e não repeti-los em dias consecutivos”.

Crianças de até 9 anos devem ser estimuladas a praticar atividades pouco especializadas, ampliando, desta forma, o repertório, aconselha Pedro Bianchetti, da Bodytech

Exercício de força minimiza perda muscular a partir dos 30

A partir dos 30 anos, mais do que uma atividade para promoção de saúde e aumento da longevidade, os exercícios físicos tornam-se um importante elemento para frear a perda de massa muscular – cerca de 1% ao ano – e ajudar, desta forma, na manutenção da autonomia e independência. 

Mais comum e, por este motivo, popular também, a musculação é, segundo profissionais de educação física e fisioterapeutas, a modalidade mais indicada, desde que bem orientada e executada em ambiente controlado. Entre adultos e idosos, ela é capaz de promover o ganho de massa magra e, consequentemente, a manutenção da boa saúde. 

"Entre os 30, 35 anos, a tendência de quem não pratica atividade física é perder aproximadamente 1% de massa (magra) por ano. Torna-se mais indicado, então, o treinamento de força, que trabalha com carga e resistência”, explica Rodrigo Moura, do FortaleSer, em BH. 

De acordo com o fisioterapeuta, além de promover ganho de músculos, as atividades melhoram a saúde óssea, principalmente entre as mulheres na fase de transição para a menopausa – em torno dos 50, 55 anos.

“Com isso, há uma melhora na absorção de cálcio, que fica prejudicada nessa fase da vida, e há um atraso no desenvolvimento ou evolução de uma osteoporose, por exemplo”, explica o especialista em ortopedia. 

Corrida e caminhada

Profissional de educação física da Bodytech, Pedro Bianchetti explica que a prevenção da osteoporose (perda de massa óssea durante o processo de envelhecimento) passa também pela prática de atividades de baixo impacto, como corrida e caminhada. 

De acordo com ele, esse tipo de exercício ajuda a proteger e a estabilizar as articulações, estimulando a renovação óssea. 

“Se a pessoa já tiver desenvolvido a doença, é fundamental que a atividade seja bem controlada e realizada sob a supervisão de um profissional, pois o limite entre benefícios e prejuízos pode ser bastante tênue”, alerta Bianchetti.

Pesquisa feita por ingleses, australianos e noruegueses divulgada este ano revelou que as chances de pessoas sedentárias desenvolveram depressão em relação às que praticavam atividade física foram 44% maiores. 

Os dados foram coletados ao longo de 13 anos e levaram em consideração os hábitos das populações, as condições de saúde e ainda amostras de sangue dos participantes.

Resultados comprovam que se exercitar respeitando biotipo, idade e preferências ajuda a evitar ou retardar declínios cognitivos e o aparecimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

O tempo de atividade física do grupo que se exercitava não foi considerado. A Organização Mundial de Saúde (OMS), entretanto, recomenda pelo menos 150 minutos semanais de algum exercício físico para manutenção da boa saúde.

75,8 anos é a expectativa de vida do brasileiro, conforme o IBGE; Minas Gerais tem um dos mais alto índice do país: 77,2

Confira as indicações de atividade para cada fase da vida. E exercite-se!Editoria de Arte

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