Cafeicultor retém estoque e emperra os negócios

Jornal O Norte
17/04/2007 às 11:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:02

Com a esperança de alcançar um preço melhor, os cafeicultores brasileiros estão retendo as vendas do café. Até março, segundo estudo da Safras & Mercado, a comercialização da safra 2006/07, estimada pela Conab - Companhia Nacional de Abastecimento em 42,5 milhões de sacas de 60 quilos, atingiu apenas 78% do total. A comercialização está abaixo da safra anterior, quando no mesmo período alcançava vendas de 86%.

Até agora, as vendas correspondem a 78% da safra atual, que segundo a consultoria ficará em 45,9 milhões de sacas, acima da estimativa da Conab. Do total previsto, segundo o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach, os produtores venderam apenas 35,72 milhões de sacas. Para ele, sobram 10,18 milhões de sacas para serem vendidas até o fim da temporada comercial.

As vendas do café arábica atingem 75%, abaixo dos 82% comercializados em igual período da safra anterior. Os produtores de conillon desovaram 88% da safra, volume também menor que o da safra anterior, quando quase 100% da safra (97%) havia sido desovada.

As vendas antecipadas da safra de café 2007/08, que tradicionalmente ocorrem no primeiro semestre de cada ano, também estão atrasadas.

Segundo o gerente de divisão de diretoria de agronegócio do Banco do Brasil, Vitor Hugo, as vendas antecipadas de café por meio de CRP - Cédula de Produto Rural somam 2,4 milhões sacas, das quais 1,4 milhão são no mercado físico. Para se ter uma idéia, na safra anterior a instituição financeira tinha vendido 3,7 milhões sacas em CPR, das quais 1,7 milhões foram em produto. A expectativa é que cheguem no máximo a 2,6 milhões na safra 2007/08, sendo 1,6 milhão em CPR física, diz o gerente do Banco do Brasil.

Segundo ele, os fatores que motivaram as vendas menores em CPR foram a safra menor, estimada em apenas 32,5 milhões de sacas pela Conab. Um outro fator, diz, são os preços abaixo do previsto. No início do ano havia a expectativa de que os preços subissem mais e até agora isso não se concretizou, complementa.

Nessa sexta-feira, na Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,18%, em US$ 109,45 centavos por libra-peso. (com informações da G. Mercantil).

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