A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido recorde de R$ 12,5 bilhões, em 2017. O crescimento em relação a 2016 chegou a 202,6%. O lucro líquido recorrente alcançou R$ 8,5 bilhões, aumento de 106,9% em 12 meses.
Segundo o banco, houve redução nas despesas com Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) em 4,2% e crescimento nas receitas com prestação de serviços em 11,5%, totalizando R$ 25,0 bilhões.
O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, considera que o resultado excelente é consequência da melhor alocação de capital em todas as operações do banco, além do fortalecimento da gestão do risco dentro da empresa. O índice de inadimplência encerrou o ano com redução de 0,6 ponto percentual em 12 meses, alcançando 2,25%, abaixo da média de mercado (de 3,25%).
“A nossa estratégia neste ano de 2017 foi trazer sempre uma melhoria, o fortalecimento da nossa governança, melhoria da eficiência, assegurando a rentabilidade, por mais que tenhamos mantido nossa carteira de crédito com ligeira queda”, disse Occhi.
Ao final de 2017, a carteira de crédito da Caixa alcançou saldo de R$ 706,3 bilhões, apresentando leve redução de 0,4% em 12 meses, e manutenção da participação de mercado em 22,4%, a maior carteira entre as instituições brasileiras. “Esse desempenho ocorreu devido à retração de 15,3% na carteira comercial e foi compensado pelo crescimento de 6,3% das operações de habitação e 5,2% das operações de saneamento e infraestrutura. Essas evoluções estão em linha com o Plano de Capital da Empresa”, disse o banco.
Crédito imobiliário
Mantendo a liderança no mercado imobiliário, com 69% de participação, a carteira imobiliária da Caixa obteve saldo de R$ 421,7 bilhões. Os créditos concedidos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), representam R$ 237,6 bilhões, queda de 2,6% sobre o ano anterior.
O vice-presidente de finanças da Caixa, Arno Meyer, informou que, apesar do saque das contas inativas do FGTS no ano passado, a redução dos recursos concedidos pelo fundo (2,6%) foi baixa. “Novas entradas fizeram com que o fundo caísse bem pouco”, avalia. Foram contratadas 482 mil novas unidades habitacionais pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, somando R$ 57,8 bilhões. O pagamento de benefícios sociais, sobretudo Bolsa Família, foi de R$ 28,7 bilhões, alta de 1,5% em 12 meses.
Ativos e despesas de pessoal
Em dezembro, a Caixa possuía R$ 2,2 trilhões em ativos administrados, avanço de 1,9% em 12 meses. Os ativos próprios totalizaram R$ 1,3 trilhão, um crescimento de 0,4% em 12 meses.
As despesas de pessoal alcançaram R$ 22,4 bilhões no ano, avanço de 6,6% em 12 meses, impactadas pelo acordo coletivo e pelos planos de demissão voluntária, que geraram despesas não recorrentes de R$ 863,0 milhões, com o desligamento de 6,9 mil empregados.
O presidente da Caixa espera, para 2018, uma repetição do bom resultado de lucro recorrente registrado em 2017, investindo em redução das despesas e melhoria das receitas em prestação de serviços. “Os resultados orgânicos virão, principalmente, da melhor otimização do capital, do crescimento da carteira de crédito. Acredito muito na eficiência do banco”, declarou.