Calor se estende por mais uma semana no Rio

Felipe Werneck e Fábio Grellet
18/02/2013 às 20:26.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:07

O intenso calor que atinge o Rio de Janeiro desde antes do carnaval vai se estender até pelo menos a próxima sexta-feira. Nesta segunda-feira, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura máxima foi de 39,2ºC, causando sensação térmica de 50ºC, na Saúde (região portuária).

Para a entidade, o recorde do ano é de 40,9ºC, registrado em 8 de janeiro. Já o sistema Alerta Rio, mantido pela prefeitura, registrou nesta segunda a maior temperatura do ano: 40,7ºC, em São Cristóvão (zona norte). Não chove significativamente na cidade desde 7 de fevereiro, em função de um sistema de alta pressão atmosférica que dificulta a formação de nuvens.

O calor também piora a qualidade do ar e pode gerar problemas respiratórios. Nos últimos dias a concentração de poluentes ultrapassou o padrão nacional de qualidade do ar em três das oito estações fixas de monitoramento mantidas pela Prefeitura do Rio. O calor e a alta incidência de radiação solar têm causado o aumento da concentração de ozônio, principalmente em três bairros da zona oeste: Bangu, Campo Grande e Pedra de Guaratiba. O problema é mais grave no período da tarde, entre 14 horas e 17 horas. A alta concentração de ozônio pode causar irritação nas vias respiratórias. A qualidade do ar varia conforme a emissão de poluentes, principalmente de veículos e indústrias, e as condições atmosféricas da região.

Moradores de áreas onde o ar não está adequado podem apresentar tosse e incômodo ao respirar. "Nessas regiões, recomendamos que se evite atividades físicas intensas ao ar livre das 14 às 17 horas", disse o gerente de qualidade do ar da secretaria municipal de Meio Ambiente, Marcos Borges.

Em Bangu, região mais afetada (onde a qualidade do ar está ruim ou inadequada desde o dia 9), a geografia contribui para agravar o problema. Os maciços da Tijuca e da Pedra Branca atuam como barreiras, dificultando a passagem de ventos do mar e a dispersão de poluentes. O pior índice foi registrado no dia 16. O ozônio é formado a partir de reações químicas entre outros poluentes, sob alta incidência de radiação solar. A concentração se eleva ao longo do dia e volta a níveis baixos no período da noite e madrugada.

Apesar do maior risco de problemas respiratórios, as redes de saúde estadual e municipal não registraram aumento na procura por atendimento em função de problemas causados pelo calor. Também há quem se beneficie da alta temperatura. Com uma toalha no ombro para secar o suor, o vendedor ambulante de bebidas Alan Ferreira dos Santos, de 48 anos, que trabalha desde os 25 no largo da Carioca, no centro do Rio, comemorava as vendas nesta segunda. "No calor o pessoal bebe mais. Hoje (segunda) foram mais de 130 garrafas de água", contabilizou.
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