A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, de maioria republicana, aprovou na quinta-feira (20) uma medida que suspenderia o acolhimento dos refugiados sírios e iraquianos, apesar dos apelos e da ameaça de veto do presidente Barack Obama.
O texto foi aprovado com o apoio da maioria republicana e de uma parte dos democratas, por 289 votos contra 137, mas ainda precisa ser analisado pelo Senado.
A Casa Branca assegurou que o presidente vetará o texto. Essa votação na Câmara é uma expressão da rejeição súbita à onda de refugiados da Síria que ganhou todo o país após os ataques em Paris.
Desta forma, a Câmara tenta bloquear o plano do governo de acolher 10 mil refugiados sírios durante o próximo ano até que o FBI, a Polícia Federal americana, e os serviços de segurança verifiquem os antecedentes dos solicitantes de asilo. Esse processo pode levar meses, ou até anos.
A lei não proíbe definitivamente a admissão de refugiados destes países, mas exige que o diretor do FBI, o secretário da Segurança Interna e o diretor de Inteligência Nacional certifiquem pessoalmente que cada refugiado não representa uma ameaça à segurança.
"Nossa prioridade é proteger os americanos", declarou o presidente da Câmara, o representante republicano Paul Ryan, na véspera.
"Podemos sentir compaixão, mas também ter segurança", completou.
A administração do presidente Barack Obama tem repetido que o procedimento de seleção entre os refugiados nos campos da ONU na Turquia, Jordânia e Egito é bem amplo, e a prova disso é que apenas 2 mil refugiados obtiveram visto até agora.
Nesta quinta-feira, a Casa Branca destacou que dos mais de 2 mil refugiados sírios acolhidos nos Estados Unidos desde 2011 nenhum foi detido, ou vinculado a acusações de terrorismo.
Ainda na quinta-feira, funcionários americanos reconheceram que dois casais sírios e seus quatro filhos foram detidos na fronteira do estado do Texas.
O Departamento de Segurança Interna disse que os sírios "se apresentaram a um posto de fronteira de Laredo" na terça-feira, sendo detidos e colocados sob custódia para posterior análise de sua situação.
Não está claro se já possuíam vistos americanos, ou se chegaram em busca de asilo, ou de "status" de refugiado.
"Esta é a razão, pela qual o Texas está em alerta pelos refugiados sírios", disse no Twitter o governador do Estado, Greg Abbott.