Durante dezenas de anos, quando se falava em câmbio automático todos tinham noção do que se tratava. Não haviam duas, três ou quatro opções de câmbio automático, mas apenas algumas variações sobre o mesmo conceito. No Brasil, por exemplo, se fala até hoje em câmbio “hidramático”, que se tratava de uma patente da GM.Diferente do Ford-O-Matic, por exemplo, ou do Fluid Drive mas com o mesmo conceito do conversor de torque fazendo o papel da embreagem.
O câmbio automático convencional era mais caro, pesado e aumentava o consumo de combustível. Mas sempre foi preferência nacional nos EUA onde até hoje a caixa manual não chega a representar 3% das vendas.
A eletrônica revolucionou o câmbio automático (é sempre ela...) e até carros compactos e médios no nosso mercado já são vendidos com esta opção pois o motorista tem cada vez maior antipatia pelo pedal de embreagem e alavanca de câmbio, obrigados que são a acioná-los várias vezes por minuto no trânsito congestionado.
O automático convencional passou então a dividir espaço com novos conceitos, um deles chamado de “automatizado”. Ou “robotizado”. Que vem a ser exatamente o mesmo câmbio manual, com embreagem, porém com dois acionadores comandados eletronicamente: um faz o papel do pedal de embreagem, outro da alavanca de mudanças. Ou seja, como se fossem invisíveis “pezinho” e “mãozinha” que atuam elétrica ou hidraulicamente para que o motorista não tenha que acionar nem o pedal nem a alavanca de marchas. Um computador percebe a necessidade de cambiar e aciona os comandos. Ele existe em vários modelos brasileiros com o nome de Dualogic (Fiat), I-Motion (VW) ou Easy-Tronic (GM). A desvantagem deste câmbio são os “tranquinhos” ou “soluços” na passagem das marchas.
Outro automatizado bem mais sofisticado e sem tranquinho nenhum é o de dupla embreagem. É também um câmbio manual com comandos eletrônicos mas as duas embreagens evitam o desconforto ao cambiar. Na linha VW, é chamado DSG. E de Powershift pela Ford.
E tem também o CVT, um sistema completamente diferente para mudar a relação de marchas, também sem pedal da embreagem nem alavanca de câmbio. Em vez de um número fixo de marchas, o CVT é continuamente variável, ou seja, tem infinitas relações, sempre uma mais adequada para as necessidades de uma determinada situação.