A Polícia Civil obteve imagens gravadas por uma câmera de segurança que flagraram o grupo de extermínio formado por policiais militares de Guarulhos em ação assassinando Alexandre Evangelista Jorge, o Ratinho. Suspeito de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC), Ratinho era o bandido mais procurado da cidade desde que executara com vários tiros Ismael Alves dos Santos, do 44.º Batalhão da PM. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso às imagens.
A morte do policial aconteceu em 5 de setembro. Ele foi alvejado no tórax e no braço por dois homens que estavam em uma motocicleta. Eles entraram no mercado da família do policial e o mataram. O fato provocou o recrudescimento da guerra entre bandidos e policiais. Desde então, o extermínio não parou.
Ratinho estava com amigos na Rua Ibitiba, no Jardim Donizete, na noite do dia 29 de setembro. A rua estava lotada de jovens. A câmera de um comércio flagrou Ratinho correndo em direção a seu carro. Ele abriu a porta e manobrou.
Aos poucos, vários homens se aproximaram a pé. Eles chegaram em um Celta prata e em um Golf. Uma Meriva ultrapassou o carro de Ratinho pela esquerda e o fechou. Pela direita, chegaram dois homens em uma moto. Outros a pé ajudaram a cercar o alvo, quando desceram da Meriva dois homens, que começaram a atirar em Ratinho. Ele tentou dar marcha a ré, mas não escapou.
Calibres
O suspeito de matar o PM Santos foi assassinado com tiros de pistolas calibres 380 e 9 mm e de espingarda calibre 12. Seu carro ficou crivado de balas. Trinta disparos acertaram seu corpo. Testemunhas contam que reconheceram quatro policiais do 31.º Batalhão entre os matadores. Com os homens do 44.º e do 15.º Batalhões, eles teriam montado um grupo de extermínio suspeito de 23 execuções desde junho, com 35 mortos e 17 feridos.
A PM abriu dois inquéritos. Ela concluiu a apuração de outros sete casos com nove mortos e quatro feridos e indiciou policiais como autores. Em outros 20 inquéritos, há indícios de envolvimento de PMs.
Depois do assassinato de Ratinho, o bando teria matado Wellington Rocha da Silva, de 24 anos, também suspeito de matar o PM. Ele foi morto com tiros na cabeça, no tórax e na perna em sua Hilux. Um outro homem ficou ferido. Os matadores fugiram em um Civic.
Em outro crime, no dia 26 de janeiro, dez pessoas foram baleadas - três morreram - após uma delas se desentender com seguranças de um mercado, entre eles um PM. Matadores não pouparam nem uma criança de 6 anos, que ficou ferida na chacina. Segundo testemunhas, os assassinos usaram pistolas de calibre 40 com mira à laser.
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