(Tatiana Lagôa)
Nesta segunda-feira (21), as rodovias de Minas Gerais devem ser novamente bloqueadas pelos caminhoneiros autônomos. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCOM) convocou os profissionais para um movimento de paralisação nacional que reinvindica uma resposta do governo federal para os sucessivos aumentos do diesel.
"Chegamos ao limite! Não dá mais para sustentar tamanho descaso com a sociedade e, principalmente, com o transporte brasileiro", ressaltou o presidente da entidade, José Lopes Fonseca, em carta à categoria. Na manhã deste domingo, 20, os caminhoneiros fecharam a BR-040 pela segunda vez em protesto contra a alta sucessiva dos combustíveis. Na altura do Km 523, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), os veículos de passeio tiveram que usar a pista do acostamento. Divulgação/TwitterOs protestos deste domingo, 20, aconteceram perto de Contagem, na RMBH
Aumentos sucessivos
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre maio de 2017 e este mês que ainda não chegou ao fim, o produto já acumula alta de 20,7%. No período, o litro passou de R$ 3,014 para R$ 3.639 em Minas Gerais. Apenas nas três últimas semanas, o aumento foi de 4,19% nas bombas.
O presidente do Sindicato da União Brasileira de Caminhoneiros, José Natan, disse que as manifestações têm sido espontâneas. A entidade que representa profissionais de 25 Estados e Distrito Federal não está na organização desses eventos. "O motorista está revoltado com a sequência de altas sucessivas do diesel. A quebradeira é geral no setor. Estamos nas últimas viagens", lamentou.
O consultor do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Luciano Medrado, disse que a entidade reconhece que as reivindicações dos caminhoneiros autônomos é legítima."Eles não têm condições de repassar as altas constantes para o valor do frete", argumentou.
No caso das transportadoras, quando o reajuste do diesel chega a 5%, a entidade emite um informativo de alerta, para que o percentual seja repassado para o preço do serviço. No primeiro trimestre deste ano, o setor registrou recuo de 0,13%, no comparativo com o mesmo período de 2017, devido à redução da atividade industrial. "Transportamos tanto insumosquanto o produto final", alegou.