Campanha de vacinação contra sarampo e pólio começa hoje; veja 7 mitos e verdades sobre a imunização

Da Redação
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06/08/2018 às 09:02.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:47
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Começa nesta segunda-feira (6) a Campanha de Vacinação contra a poliomielite (paralisia infantil) e o sarampo. Até o dia 31 de agosto, o Ministério da Saúde quer vacinar 11,2 milhões de crianças entre 1 e 5 anos. Em Belo Horizonte, a expectativa da prefeitura é imunizar 109.439.

Na capital, todos os 152 estão preparados para receber e vacinar as crianças. Até o momento, BH recebeu 169 mil doses da vacina contra o sarampo e 131.151 das vacinas contra pólio. A campanha envolve cerca de 2,4 mil trabalhadores da saúde municipal.

Conforme o Excetuvio, 93% do público-alvo já recebeu a primeira dose da vacina contra o sarampo e em 78% para a segunda dose. "A vacinação contra pólio é realizada no primeiro ano de vida da criança, com a vacina injetável (VIP), aos 2, 4 e 6 meses de idade", explicou a Secretaria Municipal de Saúde.

O 1º reforço da vacina pólio é aplicado aos 15 meses de idade, com a vacina oral (VOP) e a cobertura vacinal está em 74%. O segundo reforço (VOP) é aplicado aos 4 anos de idade e a cobertura está em 78%. 

Assista ao vídeo do primeiro dia da campanha em Minas:

  

Confira mitos e verdades sobre a vacinação e a doença:

1. A vacina provoca autismo
MITO. A vacina é segura e não apresenta riscos de desenvolvimento de autismo, conforme notícias falsas estão propagando pela internet. Entre os efeitos colaterais mais comuns da tetraviral (SRC-V) está a febre, que acontece em até 15% dos vacinados, mas é reação considerada normal até 12 dias após a aplicação.

2. A vacina protege só o indivíduo
MITO. A vacinação é a única forma de prevenção para evitar surtos e epidemias pois quanto mais indivíduos vacinados, menos chance de circulação entre os humanos o vírus tem. Por ser uma doença transmitida pelas gotículas da saliva por tosse e também espirros, crianças e pessoas não vacinadas estão suscetíveis.  

3. Ambientes fechados são mais propícios para contaminação
VERDADE. Em temperaturas baixas, é comum a população deixar lugares fechados, mesmo com fluxo alto de pessoas, como ônibus, igrejas, lojas, escolas e hospitais. Porém, é imprescindível deixar janelas e portas abertas para circulação de ar e evitar outras doenças, além do sarampo, como a caxumba.

4. O esquema de proteção vacinal é feito apenas em clínicas particulares
MITO. Todas as vacinas estão disponíveis pelo Ministério da Saúde gratuitamente e podem ser adquiridas nas Unidades Básicas de Saúde. Quando criança, a vacina deve ser aplicada em duas doses: a primeira dose é feita aos 12 meses de idade com a vacina da Tríplice viral, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola e a segunda, dos 15 meses até aos 12 anos. No Brasil, a segunda dose é feita com a tetraviral, que também incluía a proteção contra varicela.

Quando não realizada na infância, a segunda dose pode ser aplicada na adolescência e na vida adulta com a mesma tríplice viral SCR. O ideal é verificar a necessidade de se vacinar, independentemente da idade.

5. O país está livre do sarampo e não existe risco de epidemias
MITO. A partir da década de 90, com a efetividade da distribuição da vacina em todo o território nacional, o país ficou livre da doença. Porém, com a chegada de imigrantes não vacinados, a queda de cobertura vacinal e o aumento dos grupos de pais resistentes ao procedimento, há muitas crianças e adolescentes que podem desenvolver a doença e o vírus passa a circular, provocando alguns surtos isolados. Se os surtos não são bloqueados a tempo com a vacinação, podem provocar uma epidemia mais grave, pelo fato do vírus ser altamente contagioso. Além disso, é possível que nem todas as Unidades Básicas tenham a vacina disponível aumentando o risco de surto.

6. Grupos de risco devem ser prioritariamente vacinados
VERDADE. As populações mais vulneráveis ao sarampo são aquelas que vivem e atuam profissionalmente em locais de grande circulação de pessoas em fase migratória, como portos e aeroportos, pois nem todos os países garantem um sistema e controle vacinal como o Brasil, que tem um dos melhores calendários e esquemas de distribuição vacinal do mundo. Os profissionais de saúde também devem manter sua vacinação em dia.

7. Os sintomas iniciais podem ser confundidos com a gripe
VERDADE. Entre os sintomas mais comuns estão febre, tosse, mal estar e corrimento nasal, que são seguidos de manchas vermelhas no corpo, que duram aproximadamente três dias. Essas manchas são os principais indícios de contaminação do vírus. Em casos mais graves, a criança ou pessoa pode ter infecção nos ouvidos e desenvolver pneumonia. Convulsão também pode acontecer.

*Denize Ornelas, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)

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