(Lucas Prates/ Hoje em Dia)
O vice-prefeito Délio Malheiros (PSD) é o nome do prefeito Marcio Lacerda na sucessão para comandar a capital pelos próximos quatro anos. No entanto, Délio ainda não decolou nas pesquisas. Apesar disso, ele aposta que a partir do dia 15 de setembro deverá assumir o segundo lugar e pode até mesmo encerrar o primeiro turno em primeiro lugar, desbancando João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS). Estes, aliás, foram os principais alvos de Délio nesta entrevista, que também falou de projetos, obras e propostas. Confira.
A campanha majoritária é diferenciada. Você tem que andar mais a cidade, conhecer a prefeitura em profundidade. Tem um embate direto com os demais concorrentes, e nem sempre esse embate se dá num nível razoável daquilo que se espera pleitear de um prefeito de Belo Horizonte. E eu não tive problema em relação ao compromisso com a verdade. Na campanha proporcional (para deputado ou vereador), você não tem cobrança daquilo que você fala. Agora, na campanha majoritária, você está num embate direto e tem o compromisso com o que fala. É uma campanha muito mais intensa, envolve um número maior de pessoas.
A principal é dar continuidade às conquistas que Belo Horizonte já possui. O eleitor de Belo Horizonte reconhece a importância de dar sequência aos bons projetos que estão em andamento na cidade. Em relação às Umeis, temos 128 em funcionamento e vamos ampliar para 150. Vamos levar a Escola Integrada para crianças de 3 a 6 anos nas Umeis. Vamos ampliar esse atendimento. Vamos continuar o nosso projeto da Pampulha, utilizando como uma alavanca para que Belo Horizonte se transforme em um polo turístico importante, não mais uma cidade de passagem. Isso conseguimos com a declaração de patrimônio cultural da humanidade. Teremos que retirar, todos os anos, 40 mil toneladas de sedimentos que chegam à Pampulha. Teremos que continuar investindo nos nossos monumentos, na limpeza da água, na orla.
Lucas Prates/ Hoje em Dia
Vamos substituir as 178 mil lâmpadas que hoje são de vapor de sódio e de mercúrio por novas lâmpadas de tecnologia LED. Mais econômica, menor custo de manutenção, teremos um telegerenciamento dessa lâmpadas, no nosso Coop, e com isso podemos ter um gerenciamento da cidade como um todo. Podemos aumentar ou diminuir a luminosidade na cidade conforme aquele ponto. Uma saída de BRT, por exemplo, podemos aumentar ou diminuir a luminosidade em determinada hora. A LED também nos ajuda na segurança. Rua mais clara é menos violência naquele ponto e há uma maior definição da imagem dos vídeos. Isso facilita o trabalho do Coop com aviso à polícia.
Vamos construir 77 centros de saúde, sendo 55 substituições e 22 novos. Em 40 deles já temos os terrenos escolhidos e serão em parceria com a iniciativa privada, cujos contratos já estão assinados. E também teremos mais quatro UPAs. Teremos em Belo Horizonte um total de dez UPAs, sendo duas na Noroeste. Tem também o Hospital do Barreiro, que é 100% SUS. Até que enfim conseguimos que a União repassasse 50%, que é obrigação do governo federal, vai repassar R$ 1,25 milhão por mês, e vamos abrir mais 40 leitos, já em setembro.
Temos uma carteira com 140 mil devedores. Nós gastamos muito dinheiro pra movimentar esses 140 mil processos. Vamos experimentar um programa em que a pessoa, física ou jurídica, possa quitar a dívida prestando serviços à PBH.
Temos uma proposta, feita por dois jovens, que é o aplicativo “Emprego Go”. Vamos utilizar a nossa rede da prefeitura, em conexão com as empresas, para que a pessoa saiba onde tem algum emprego. Você vai detectar na rede da empresa ou na rede da prefeitura você vai encontrar um emprego.
Nós vamos até o ano que vem qualificar todos os 2.100 guardas municipais para uso de arma de fogo. Nossa Guarda Municipal é muito bem qualificada. Nós queremos ampliar e qualificar. O custo é em torno de R$ 140 milhões ao ano. Ainda em relação à segurança, vamos conectar mais 1.600 câmeras do sistema de monitoramento que nós já temos ao COP. Será nossa vigilância eletrônica, por toda a cidade. Vamos viabilizar a conexão de sinais de trânsito inteligentes, que serão conectados no COP. Queremos também incluir nessa rede as câmeras da rede privada, especialmente os bancos, chegando a 3 mil câmeras.
Lucas Prates/ Hoje em Dia
Vamos concluir a rodoviária São Gabriel, até o finalzinho do ano que vem, concluir a Via 710, fazer o BRT da avenida Amazonas, construir 10 mil moradias em Belo Horizonte. Lembrando que construímos 14 mil moradias que foi mais do que o dobro feito nos 15 anos anteriores à nossa gestão. E vamos trabalhar muito fortemente nas obras de prevenção a alagamentos. Temos 80 pontos de alagamentos em Belo Horizonte. Estamos com uma obra de mais de R$ 180 milhões na avenida Várzea da Palma, em Venda Nova, temos o túnel Camarões, no Barreiro, com investimentos de mais de R$ 100 milhões. Temos obras e projetos, como na avenida Francisco Sá.
Nós já fizemos a conferência, mas reconhecemos a legitimidade do legislativo de discutir exaustivamente a matéria. Nós procuramos esgotar as boas ideias incluídas no Plano Diretor. Na minha avaliação, ele é bem robusto, consistente. Ele tem propostas de cidades inteligentes, compactas e sustentáveis. Esse é o conceito que a gente tentou levar para esse projeto. Evidentemente que a Câmara pode ouvir outras partes interessadas e ela tem autonomia pra modificar. Mas nós imaginamos que o cerne do Plano Diretor, a coluna vertebral, que é o conceito de uma cidade inteligente compacta e para todos estará mantido. Especialmente com a criação de centralidades. A gente sabe hoje que aquela demonização da verticalização do passado não é hoje prudente. Verticalizar onde você tem infraestrutura implantada tem um custo menor para o meio ambiente, aumenta a qualidade de vida das pessoas, que têm que se deslocar menos, que tem próximo um posto de saúde, uma Umei, pode ali se divertir e trabalhar.
Queremos voltar a conversar com a população. A do Barreiro deu um passo atrás, nós respeitamos o ponto de vista deles, mas não quer dizer que não possamos conversar. A da Antônio Carlos e da Andradas são dois corredores que nós achamos que a cidade tem muito a ganhar. Especialmente pelo BRT da Antônio Carlos, com estações com utilização menor do que a capacidade. Se construir no entorno dessas estações, vai melhorar a vida das pessoas e potencializar a utilização do transporte público. No caso da Andradas também nós temos uma série de medidas a serem adotadas de infraestrutura.
Essas pesquisas foram feitas antes do início do programa eleitoral, que começou no dia 25 de agosto. Nossas pesquisas internas mostram que estamos crescendo e vamos crescer ainda mais. Especialmente no momento em que a população tomar conhecimento que os outros concorrentes estão fazendo propostas mirabolantes, desconectadas da realidade. Estão usando de números que não são verdadeiros, induzindo as pessoas a acreditar em falsas promessas e estão omitindo informações, até de que ele (João Leite) participou do governo. Nós temos uma guerra de informações, que usa do vale tudo, especialmente pelo João Leite e pelo Kalil.
Não é possível prometer. Alguém que prometer metrô em quatro anos está enganando a população, flagrantemente. Nós vamos continuar lutando pelo metrô. Nós temos que cobrar, insistentemente, e permanentemente, vamos continuar cobrando do governo federal que repasse os recursos que prometeu. Nós fizemos a nossa parte, os projetos do metrô.