Candidatos à PBH se desdobram para somar tempo de propaganda na TV

Tatiana Lagôa e Tatiana Moraes
tlagoa@hojeemdia.com.br e tmoraes@hojeemdia.com.br
05/08/2016 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:10
 (Editoria de Arte/Hoje em Dia)

(Editoria de Arte/Hoje em Dia)

Em uma eleição marcada por pelo menos 13 candidaturas e com tempo de televisão cotado a ouro, saem na frente da disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte aqueles candidatos que conseguiram formar coligações.

Junto com o apoio político, conquistaram segundos preciosos. Por enquanto, têm mais espaço para expor as propostas os candidatos Reginaldo Lopes (PT), Délio Malheiros (PSD) e João Leite (PSDB).

Segundo as normas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos terão, juntos, dois blocos no rádio e dois na televisão, de dez minutos cada. O período é definido de acordo com o número de representantes na Câmara dos Deputados que cada partido possui. Como a campanha será curta, de 45 dias, a propaganda eleitoral passa a ter um peso enorme.

Contando

Com uma bancada representativa, o PT já tinha 2 minutos e 19 segundos garantidos sozinho. Após se unir ao PCdoB, da deputada federal Jô Moraes, o partido conquistou outros 17 segundos.

“Meu partido tem um tempo razoável. Não precisamos vender os sonhos do povo de BH e nem minha alma para buscar tempo de televisão”, afirma Reginaldo Lopes. 

Em cima

Último a oficializar a candidatura, o que aconteceu somente ontem, Délio Malheiros tem o segundo melhor tempo. São dois minutos e 31 segundos, quando somados os 40 segundos do Solidariedade, que declarou apoio à legenda. 

Segundo o candidato, a luta por mais apoios e, consequentemente, mais tempo, segue com força total. 

O candidato do PSDB, João Leite, se coligou com o PPS, Democratas e PP, alcançando dois minutos e 30 segundos de tempo, ou seja, 23% do total.

“Tempo de TV tem peso de ouro nessa eleição. A guerra não acabou. Estamos com várias articulações”Sargento Rodrigues - Candidato à PBH pelo PDT

 Corrida

Dentre os partidos que não conseguiram o mesmo desempenho positivo, a luta por parcerias segue acirrada nos bastidores. Mas alguns já começam a pensar em alternativas. 

“Somos um partido que tem uma militância habituada a fazer corpo a corpo. Essa vai ser a alternativa, assim como a internet”, afirma a presidente do PSOL, Sara Rezende. O partido tem sete segundos. 

O candidato do PSB, Paulo Brant, que tem um minuto e 30 segundos, acredita que o diferencial é o conteúdo. “Não será o populismo e as promessas fáceis que vão levar o candidato à prefeitura”, aponta. 

PTdoB briga com PSD por composição com o Solidariedade

A disputa pelos apoios partidários foi parar na Justiça. Ontem, o Solidariedade, que integrava a chapa com o PTdoB de Luis Tibé, foi anunciado como coligado de Délio Malheiros, do PSD.

É importante lembrar que a briga pelo Solidariedade tem uma variável de peso: quem levá-lo, amplia em 40 segundos o tempo na televisão. 

A mudança de lado é consequência de duas intervenções no diretório municipal do partido, uma da estadual e outra da nacional. Segundo o presidente afastado do diretório municipal, Rodrigo Grilo, convenção foi realizada em 29 de julho e protocolada no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) em 1º de agosto. Nela, ficou decidido apoio a Tibé.

Na quarta-feira, 3 de agosto, no entanto, outra reunião foi realizada pelo presidente interventor do partido, Rodrigo Molina, da executiva nacional, garantindo o apoio ao PSD de Délio Malheiros.

No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um documento emitido em 26 de julho, três dias antes da convenção, eleva o representante da nacional ao cargo de presidente interventor do partido em BH.

Grilo, porém, ressalta que não foi notificado e já entrou com um processo no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) pedindo a restituição do cargo de presidente.

Horizonte

Luis Tibé, candidato pelo PTdoB, acredita em uma reviravolta. Sem o Solidariedade, o tempo dele na TV cai de 1 minuto e dez segundos para 30 segundos aproximadamente.

“Nessa quinta-feira (4) faremos uma reunião com os partidos da coligação e representantes do Solidariedade irão participar”, disse. 

Ainda de acordo com o petebista, a desarticulação da aliança por parte da executiva nacional é reflexo de um movimento dos grandes partidos para a desestabilização candidatura dele. 

“Nossa convenção é nesta sexta-feira (5). Esperamos uma maturação para ver o melhor caminho para compor chapa”Eros Biondini - Pré-candidato à PBH pelo PROS

Aos 45 do segundo tempo, partidos ainda não bateram o martelo sobre formação de chapas

Na reta final da pré-campanha, os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte fazem costuras tentando aumentar a força da chapa. Tem partido apontando para várias direções e candidatos que não abriam mão da candidatura própria aceitando ser vice.

O PHS, de Alexandre Kalil, tem tentado conquistar o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-BH), Bruno Falci, para vice-prefeito. “Conversas existiram. Mas ainda não posso dizer nada a respeito porque não tem nada fechado”, confirma Falci. 

Depois de muito conversar com Sargento Rodrigues, do PDT, e dar a entender que fechariam uma parceria, Eros Biondini, do Pros, agora negocia com praticamente todas as legendas. Somente na quarta-feira, ele conversou com o PSD, PSB, PMDB e PTdoB.

Sem certeza

Se antes Biondini só aceitava entrar na disputa como candidato a prefeito, o que fez com que o Sargento Rodrigues fechasse com outro partido, agora ele já admite abrir mão da candidatura própria.

“A decisão inicial do partido é que sejamos cabeça de chapa. Mas na política não há barreiras intransponíveis. Não se pode afirmar nada com certeza absoluta”, diz.

O candidato apoiado pelo prefeito Marcio Lacerda, Paulo Brant (PSB), também negocia com todos os partidos. O único fora de questão é o PSDB, de João Leite. Ontem mesmo, o partido manteve conversas com o PRB. A única certeza que o candidato tem é de que não será vice.

“Aprendi que política é igual basquete. Só termina na última cesta. Conversamos com todos os partidos. O único fora de questão é o PSDB”Paulo Brant - Candidato pelo PSB

“A chance de eu sair como vice é zero. Zero não. Menos 1”, enfatiza. A mesma posição tem Rodrigo Pacheco, do PMDB, que também não tem um parceiro fechado. 

Na mesma dificuldade de encontrar o companheiro de chapa, Délio Malheiros, do PSD, tem algumas apostas. O vice poderia ser do próprio partido ou do Solidariedade, segundo o candidato. 

Uma outra via, em análise, seria o convite a uma pessoa que não está filiada em nenhum partido. Há uma brecha que permite que isso ocorra com juízes, promotores e militares.

Ontem, PT e PCdoB oficializaram chapa de Reginaldo Lopes, para prefeito, e Jô Moraes, para vice.  Segundo Reginaldo, a campanha  será “enxuta” nos gastos. A paridade entre homens e mulheres também será levada em conta. “É uma chapa com dois prefeitos”, diz.

  

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por