Capitais têm tido períodos hiperepidêmicos de dengue a cada três anos

Mariana Durães
08/04/2019 às 08:28.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:08
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Uma característica observada na dengue é a de que, nos últimos 15 anos, Belo Horizonte e outra capitais e grandes cidades no Brasil têm tido períodos hiperepidêmicos a cada três ou quatro anos. Conforme Mauro Teixeira, professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG, não há relação com a quantidade de mosquitos disponíveis, mas com o que chama de “exaustão de susceptíveis”.

“Depois de um período com muitos casos, as pessoas ficam um tempo imunes, ou parcialmente protegidas, e é preciso que um outro vírus se instale para se iniciar outra epidemia”, explica. 

Além do surto de dengue, Minas Gerais já registrou neste ano 966 casos prováveis de chikungunya. Em relação à zika, são 319 pacientes possivelmente infectados, sendo 85 grávidas. Onze gestantes já receberam o resultado positivo, por meio de exame laboratorial. 

Só de janeiro a março de 2019 já são 81 mil casos prováveis em Minas Gerais. O número é mais que o dobro dos registros somados dos últimos dois anos

Conscientização

Para a farmacêutica Nayara Medeiros, professora das Faculdades Kennedy e Promove, há também certa negligência das pessoas. A docente, que é mestre em biologia celular e doutora em ciência da saúde, defende maior conscientização da população.

“Tanto nas próprias casas, quanto em empresas e lotes não utilizados, as pessoas têm que manter uma rotina de limpeza durante todo o ano, porque os ovos resistem”, recomenda.

Além de esvaziar recipientes, ela lembra ser preciso lavar os itens. A população também deve estar atenta a plantas que acumulam água.

Sintomas

É importante, ainda, estar atento aos sintomas da dengue para evitar que a doença evolua, como aconteceu com a jornalista Sandra Freitas, de 63 anos. “Demorei um pouco a procurar ajuda médica porque os sintomas não eram claros. Parecia apenas um cansaço. Mas depois pioraram e, mesmo assim, a dengue foi descartada inicialmente”, conta.

Sem melhora e com medo de que o quadro evoluísse para a forma hemorrágica, já que era a segunda vez que estava infectada, ela decidiu procurar outro especialista. Dessa vez, após o “exame do laço”, a patologia foi confirmada e iniciou-se o tratamento com analgésicos e soro.

Novas terapias para a dengue serão discutidas durante congresso a ser realizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, em julho, na capital mineira

Editoria de Arte

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