(Bruno Cantini/Atlético)
O preparador físico Carlinhos Neves deixará o Atlético na temporada 2018. Uma ideia pré-concebida por ele ao longo do segundo semestre foi decretada na reta final do Brasileiro, na derrota para o Santos. Nesta sexta-feira (1), penúltimo dia de treinamento do Galo em 2017, o membro da comissão técnica comunicou a saída via coletiva de imprensa.
Com três passagens pelo Atlético, Carlinhos Neves sempre foi reconhecido como um dos melhores preparadores do futebol brasileiro. Mas acusou desgaste profissional com a rotina da bola. Escolheu deixar o Galo para pensar na família, respirar ares mais tranquilos e "oxigenar". Não dá adeus a ao futebol, mas começará um período sabático em janeiro.
"A decisão se deve ao fato de eu estar, se considerar só São Paulo e Atlético, são quase 17 anos sem morar na minha cidade, com minha família. Ainda teve Seleção Brasileira. É uma necessidade de estar próximo, não é adeus definitivo, não estou abandonado minha carreira de preparador físico, só hora de oxigenar", disse Carlinhos Neves.
Oswaldo de Oliveira, que foi contratado pelo Galo justamente com uma ligação de Carlinhos, agora irá em busca de um novo nome para a comissão técnica, que conta com Luiz Otávio Kalil como preparador físico da equipe principal. Neves recebeu uma camisa comemorativa do Atlético pelos 430 jogos acumulados no clube, além de uma placa de agradecimento.
Ele fez parte da época mais vitoriosa do clube, quando retornou em 2011 para trabalhar com Cuca. Deixou o Galo justamente para ser preparador do treinador no Shandong Luneng. Retornou em 2016 com Diego Aguirre, no posto de "coordenador técnico". "Aquilo foi um convite, um momento especial. E o Daniel manifestou desejo disso, foi uma experiência boa, mas não é a minha área. Minha paixão é a preparação física, é estudar a ciência, os treinamentos, a metodologia. Pretendo sim continuar nesta profissão".
Carlinhos pretende voltar a morar em Curitiba, mas fará viagens ao redor do mundo para intercâmbios de ideias. Apesar de ser um nome cobiçado no mercado, não pretende assumir nenhum posto em clubes nos próximos meses.
"Tomamos a decisão com muita calma e estudo. Não há nada neste momento, só especulação de pessoas que trabalharam comigo. Mas não é o caso, fui muito feliz aqui, foram 430 jogos. É uma história, com acerto, com erros. Mas que fica, neste período todo eu trabalhei com muita gente competente, que se tornaram amigos. Essa história começou com Levir, voltei com o Cuca, tivemos Paulo Autuori, Diego Aguirre, Roger, Diogo, Micale, Oswaldo", afirmou.