Carnaval: blocos de BH intensificam ensaios, mas têm dificuldade para encontrar espaços
Após se apresentar no Réveillon, em uma festa privada na Grande BH, bloco Baianas Ozadas vai se reunir todos os sábados de janeiro para intensificar os ensaios (Paulo Colen/Divulgação)
Faltando menos de 40 dias para o Carnaval, blocos de rua intensificam os preparativos para aquela que promete ser a maior folia da história de Belo Horizonte, e que começa em 10 de fevereiro. Os ensaios foram suspensos entre os fins de semana do Natal e Réveillon, mas voltam com força total nesses primeiros dias de janeiro.
A novidade deste ano será a sonorização das baterias dos grupos, para evitar um problema recorrente na festa da capital. Os foliões poderão conferir a turbinada no som antes dos cortejos oficiais, durante ensaio geral e de teste em 13 e 14 de janeiro, na avenida dos Andradas. O evento gratuito, que terá um trio elétrico adaptado, contará com as apresentações dos blocos Baianas Ozadas, Então Brilha!, Volta Belchior, Seu Vizinho e Havaianas Usadas, dentre outros.
Os preparativos do Volta Belchior para o desfile no mês que vem começaram em maio deste ano. Depois da pausa nas festas de fim de ano, o grupo se reúne neste domingo e tem o desafio de cumprir o cronograma de dois ensaios por semana até o dia do cortejo.
Outro obstáculo é conseguir um local para os ensaios, o que o grupo tenta resolver com o apoio da prefeitura. “Pedem um aluguel de R$ 300 a R$ 400. Nós não temos nenhum patrocínio. O que sustenta o bloco são os integrantes da bateria, que contribuem com uma mensalidade”, conta a coordenadora de bateria, Eulália Amada.
Em 2024, a bateria do bloco que homenageia o cantor cearense da MPB vai contar com 120 integrantes. Segundo Amada, a maioria não sabia nem pegar no instrumento nos primeiros ensaios. Para garantir o “padrão” e as “particularidades” das composições de Belchior, o grupo é orientado por um diretor musical e uma regente, responsável pelos ritmos carnavalescos.
Maratona de ensaios
Até a data oficial do Carnaval, o bloco Baianas Ozadas – um dos maiores e mais tradicionais de BH – tem o desafio de concluir a meta de 34 ensaios. Desses, mais de 20 foram realizados no ano passado, conta Geo Ozado, cantor e um dos fundadores.
“Estamos ensaiando desde agosto. O Baianas é um dos blocos mais expressivos, com 12 anos de história, um dos responsáveis por impulsionar o Carnaval de BH. É um evento que a gente prepara durante o ano inteiro, com muito planejamento, empenho, ensaios e criatividade”.
Após se apresentar no Réveillon, em uma festa particular em um condomínio da Grande BH, o grupo vai se reunir todos os sábados de janeiro. O último ensaio antes do cortejo será no dia 27, em local ainda a ser definido. O cantor também destaca que o crescimento da festa na capital mineira tem provocado uma “escassez de espaços”.
Em fevereiro de 2024, a proposta do Baianas Ozadas é fazer um Carnaval “consciente”. Além de homenagear a banda Ara Ketu e a mãe de santo Mãe Stella de Oxóssi, o bloco vai levar para as avenidas o combate ao racismo e à intolerância religiosa.
“Este ano nossa proposta é fazer um Carnaval sustentável no poder amplo que a festa tem: econômico, financeiro, turístico, ambiental. Estamos diante de uma crise climática, é um momento em que não podemos fugir dessa agenda”, acrescenta o cantor.
Cortejo Volta BelchiorSábado, 10 de fevereiroConcentração: 13hLocal: Avenida dos Andradas, altura do bairro Santa Tereza.
Cortejo Baianas OzadasSegunda-feira, 12 de fevereiro.Concentração: 9hLocal: saída da Avenida Afonso Pena, em frente a Igreja São José, no Centro.
Leia mais: