Presidente da Empresa Municipal de Turismo de BH dá detalhes da maior festa popular de Minas
Bárbara Menucci falou sobre a projeção do Carnaval de 2025 em BH (Maurício Vieira / Hoje em Dia)
Cada vez mais consolidado como uma das maiores festas do Brasil, o Carnaval de Belo Horizonte deve bater recordes em 2025. A expectativa é que 6 milhões de foliões aproveitem a folia do ano que vem na capital, superando os 5,5 milhões de 2024. A arrecadação também deve aumentar, com expectativa de movimentar R$ 1 bilhão.
Os números foram passados pela nova presidente da Belotur, Bárbara Mennucci. Ela falou sobre o planejamento que está sendo feito, principalmente para reduzir falhas, como a falta de banheiros públicos, uma das principais queixas dos foliões. “A gente já está prevendo alugar todos os disponíveis na capital e região”, disse a gestora, que fez carreira na iniciativa privada e está à frente na administração municipal há seis meses.
Você veio para a PBH após uma carreira profissional na iniciativa privada. De que forma essa experiência pode ajudar no serviço público?
Dentro da minha experiência com a iniciativa privada, e todas essas áreas relacionadas a gestões com a iniciativa privada, eu aprendi que elas demandam uma gestão e uma visão estratégica do negócio. E, sem dúvida, acho que esse é um dos principais valores que trago para a Belotur. Eu tento trazer a visão de como ter, dentro de uma empresa pública, que atua para os cidadãos, um olhar estratégico, um olhar de comunicação, um olhar de como que a gente pode amplificar e construir essas conexões entre setor público-privado e sociedade civil. Então, a gente precisa falar da cidade, a gente precisa comunicar o que é feito aqui. A minha soma vem muito desse sentido, da minha atuação com gestão, com marcas e estratégias.
Recentemente o cadastro dos blocos de rua para o Carnaval de 2025 foi aberto pela prefeitura. Por que é tão importante fazer esse tipo de cadastro?
O que os blocos vão colocar neste cadastro? Horário, local, qual é o equipamento de som que eles vão utilizar, qual é o período que eles vão estar manifestando. E aí, quando a gente pega todos os blocos que querem estar durante o Carnaval, a gente monta um mapa da cidade. E esse mapa faz com que todas as secretarias da prefeitura e os outros órgãos envolvidos a gente olha para a cidade e consegue preparar ela, tanto para o folião quanto para quem não quer curtir a folia. Então, a gente prepara como que essa cidade vai estar funcionando na linha de mobilidade, como que a limpeza urbana vai conduzir, onde a gente precisa de apoios de Guarda Municipal e Polícia Militar mais concentrados. Por exemplo, esse ano, no Carnaval de Belo Horizonte, nós vamos ter algo inédito: dois pontos de acolhimento para pessoas que sofreram assédio. Espero que sejam poucas, porque a gente também tem um programa de conscientização para que o assédio não aconteça. Mas a gente também vai ter dois pontos de acolhimento na cidade para ajudar essas pessoas.
Belo Horizonte tem carnaval gigantesco. Qual o tamanho do desafio para garantir a organização?
Um dos diferenciais de Belo Horizonte é a forma como as pastas da prefeitura trabalham integradas para garantir o Carnaval. O que a gente está trabalhando muito esse ano, que foi um pedido do prefeito Fuad Noman, que é nessa visão dos atores poderem se programar para o festejo. Por isso a gente antecipou os instrumentos de cadastro dos blocos caricatos, blocos de ruas, licitações, para a gente conseguir ter um cronograma mais organizado na cidade. E nesse sentido, a verba do Carnaval já está garantida, já anunciada pelo prefeito também, assim como as iniciativas que vêm das outras secretarias. Então, sem dúvida, o desafio é muito grande. São pessoas circulando na cidade de maneira livre, mas a prefeitura está muito bem preparada para conduzir.
Todos os anos, por mais que a PBH amplie o número de banheiros químicos, essa ainda é a maior reclamação dos foliões. Já se sabe qual será o planejamento de 2025 para reduzir ainda mais esse problema?
Para banheiro químico, a gente já está prevendo alugar todos os disponíveis na capital e região. De certa maneira, isso nos garante o volume necessário. E aí, novamente, aquela parte que é de como os atores nos auxiliam. Quando os blocos se cadastram, a gente consegue ter a dimensão de tamanho deles. E com as informações de onde eles vão sair, horários, a gente consegue também fazer essa programação melhor. Então, por isso é tão importante a gente fazer esse mapeamento da cidade.
Como está a questão do planejamento do Carnaval com o Estado? Já foram feitas reuniões? O Estado, ano passado, ele foi o grande patrocinador do evento, o patrocinador master. Ele será esse ano novamente?
Tem uma posição do prefeito, que eu acompanhei e achei isso muito legal, que é o seguinte: ele quer garantir o Carnaval com o que uma prefeitura precisa colocar na rua, dentro do que o belo-horizontino e a cidade merecem. Então, a estrutura do Carnaval já está garantida. Mas quem quiser chegar junto e somar esforços e colocar intervenções para que a gente consiga crescer esse Carnaval em conforto, em possibilidades, em comunicação, é super bem-vindo. Então, dentro disso, o Estado também é bem-vindo. Em relação aos encontros, as reuniões ainda estão em avanço.
O Governo de Minas já adiantou que mais uma avenida sonorizada será “criada” em 2025. Além da Amazonas e da Andradas, o circuito fechado será criado também na avenida Brasil. O projeto é do Estado, mas a PBH é a responsável pela festa. Como a PBH avalia as avenidas sonorizadas?
Então, todos os projetos que estão vindo para a cidade, que podem posicionar Belo Horizonte, que podem nos destacar, são bem-vindos. Hoje, Belo Horizonte tem uma questão muito legal, que nós temos blocos de todos os tipos. Então, a gente tem a fanfarra, a gente tem aquele bloquinho que vai sem trio, a gente tem megablocos. Então, uma modernização e a criação de equipamentos que vão contribuir também para esses atores é bem vinda e é uma forma de posicionar a cidade, é uma forma de avançar. Então, eu vejo esses projetos dessa maneira”.
No Carnaval do ano que vem os foliões poderão se reencontrar com a Praça da Estação, agora reformada. Como será a festa na Praça da Estação? O que os foliões vão encontrar lá?
A gente ainda está desenhando como será o Carnaval na Praça da Estação. Vai ter espaço para os foliões estarem, vivenciarem, mas como foi feito nos anos anteriores, a gente não vai ter estrutura de palco na Praça da Estação. Mas vamos ter espaço para os foliões poderem circular até porque sabemos o quanto a Praça da Estação é representativa. Não é à toa que um dos convites a gente falou desse Carnaval de baixo carbono fazendo o primeiro banho dentro das fontes da Praça da Estação. Então, é muito emblemático para o movimento. E na frente da praça, no domingo, segunda e terça, nós vamos estar estruturando e conduzindo o Carnaval de passarela. Então, é uma forma também de a gente conectar essas outras manifestações que acontecem na cidade também com esse local que é tão importante, que é icônico.
BH bateu recorde de público no Carnaval deste ano com 5,5 milhões de foliões. Qual a expectativa de público para 2025?
O Carnaval de Belo Horizonte tem um crescimento exponencial. Dentro disso, nós estamos nos posicionando turisticamente também. O Carnaval é um festejo que nos ajuda a ter essa diferenciação, esse destaque na cidade em âmbito nacional e internacional. Então, a expectativa é que a gente receba mais turistas, não só de Minas, mas do Brasil. E também a gente consiga crescer os turistas internacionais também, acho que é uma trajetória, um crescimento que vem. Então, com certeza, a gente espera um crescimento de pelo menos 10% de foliões em cima desses 5,5 milhões”.
Qual a movimentação financeira esperada? Porque o Carnaval é de grande impacto financeiro também para Belo Horizonte. Já tem uma expectativa?
“Em 2024, a gente teve R$ 943 milhões. A expectativa é de crescimento, ainda mais porque a gente está trabalhando muito essas frentes com o ecossistema, trabalhando em redes, parcerias, conversando muito próximo com os atores para que a gente possa posicionar a cidade. Quando a gente traz o eixo da gastronomia também para trabalhar, a gente está impulsionando os bares e restaurantes da cidade, os estabelecimentos. Como o prefeito falou muito, Belo Horizonte precisa de serviços. Então, nós estamos trabalhando muito essa parte para dar destaque nela dentro do Carnaval. Então a expectativa é crescer a movimentação financeira. Quem sabe chegar a 1 bilhão de arrecadação? Acho que é uma boa expectativa”.