Caso do assassinato de PC Farais ainda não terminou

Hoje em Dia
12/05/2013 às 07:45.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:36

O processo que se originou dos assassinatos de PC Farias e da namorada Suzana Marcolino, em dezembro de 1996, teve um desfecho na noite de sexta-feira (10) com a absolvição, pelo Tribunal do Júri, dos quatro militares que faziam a segurança do casal na casa de praia onde eles foram mortos.

Passado tanto tempo, os crimes já teriam sido esquecidos, não fosse o fato de que o empresário havia sido tesoureiro da campanha eleitoral que resultou na eleição de Collor de Mello, em 1989, e que depois exerceu grande influência no seu governo, até o processo de impeachment do presidente da República em 1992, por corrupção.

Os réus absolvidos por unanimidade haviam sido denunciados pelo Ministério Público por duplo homicídio qualificado. A defesa insistiu na tese de que PC Farias foi assassinado pela namorada, que em seguida teria se suicidado. Os jurados não aceitaram essa tese, mas não condenaram os réus. Fica então a pergunta: quem matou PC e Suzana, mortos na cama com um tiro cada?

A sensação que fica desse caso não é diferente de tantos outros que chegam à Justiça e demoram para serem julgados. Sente-se que, quanto maior o atraso, menor a possibilidade de se fazer justiça.

Os únicos condenados até agora são o autor e a editora do livro “Morcegos Negros – PC Farias, Collor, máfias e a história que o Brasil não conheceu”. Ou seja, o jornalista e escritor mineiro Lucas Figueiredo e a Editora Record. Foram condenados a pagar indenização de aproximadamente R$ 200 mil, por danos morais, ao juiz do caso na primeira instância, em razão, desta frase: “O juiz Alberto Jorge, que só reclamava, resolveu tomar uma atitude e solicitou à Secretaria de Segurança que indicasse um novo delegado para o caso”.

O juiz entendeu, e como ele os colegas alagoanos que julgaram o recurso no Tribunal de Justiça, que a afirmação significava que ele nada fazia e, portanto, prevaricava.

Foram vendidos 40 mil exemplares do livro lançado no ano 2000. Na última sexta-feira, o autor revelou em seu blog que a Record vai lançar edição atualizada, com um posfácio em que se analisa o resultado do julgamento e os principais fatos ocorridos nos últimos 13 anos.

Nesse tempo todo, não se esclareceu o sumiço da fortuna angariada pelo “esquema PC Farias” e nem se identificou o executor e o mandante do crime. O livro deve contribuir para que o caso não fique esquecido, após esse julgamento. Esquecimentos podem levar a repetições do esquema.
 

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