Casos de 'gripes' graves aumentam 25% neste ano em Belo Horizonte

Flávia Ivo
fivo@hojeemdia.com.br
12/04/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:06

O aumento de 25% no número de casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Belo Horizonte, entre janeiro e março deste ano, na comparação com igual período de 2016, lança um alerta sobre a importância da vacinação contra a gripe, que começa na próxima segunda-feira. 

Dentre os principais agentes causadores da síndrome está justamente o vírus influenza, combatido pela vacina a ser distribuída gratuitamente na rede pública até 26 de maio. Na capital, a previsão é imunizar 827 mil pessoas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).

Pneumonias, bronquites e outras infecções das vias aéreas inferiores, que constituem os casos de SRAG, provocaram a hospitalização de pelo menos 238 pacientes em BH nas primeiras 14 semanas de 2017. O aumento é atribuído, pela secretaria, à maior comunicação dos casos pelos profissionais da área, já que os eventos são compulsoriamente notificados ao Ministério da Saúde.

Vulneráveis

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, anualmente, a gripe causada pelo vírus influenza atinja de 5% a 10% dos adultos e de 20% a 30% das crianças em todo o mundo. A infecção pode acometer com maior gravidade grupos de risco como os muito jovens, idosos ou doentes crônicos.

Para esses indivíduos mais vulneráveis, a imunização contra a influenza é benéfica, observa Carla Magda Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. “A vacinação diminui em pelo menos 37% as complicações advindas das doenças das vias respiratórias entre os idosos”. 

Período

O número de ocorrências tende a aumentar ainda mais a partir de agora já que, nesta época do ano, é comum uma maior circulação de microorganismos. 

“No outono e no inverno temos uma maior disponibilidade de vírus e bactérias no ar, que são facilmente transmitidos entre as pessoas. São mais acometidos crianças na primeira infância (até os cinco anos de idade) e idosos”, destaca imunologista Paula Távora, diretora médica do setor de vacinação da Drogaria Araújo. 

Sem medo

Temer consequências da imunização é um erro, alertam os especialistas. “As vacinas passam pela avaliação de diversos órgãos e sociedades médicas para que sejam, efetivamente, disponibilizadas à população. É um processo longo e rigoroso que garante a segurança e eficácia do fármaco”, expõe Carla Domingues.

À medida em que as pessoas entendem a gravidade da infecção por influenza, a adesão à vacina cresce, aponta a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai. “A vacinação deve acontecer anualmente e não só quando há um surto; o cuidado deve ser constante”, observa.

Paula Távora revela que a imunização é a única forma de evitar as doenças. “É o recurso mais nobre que temos”, indica a imunologista.

Além Disso

Público-alvo será ampliado neste ano

Nesta 19ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, além de indivíduos com 60 anos ou mais, serão imunizadas crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), trabalhadores da saúde, povos indígenas, grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medida socioeducativa, detentos e os funcionários do sistema prisional. 

Meta é vacinar 60 milhões de pessoas

Também serão incluídos na campanha professores das escolas públicas e privadas. O público-alvo representará aproximadamente 60 milhões de pessoas. A meta é vacinar, pelo menos, 90% deles. A ação conta com recursos da União, das secretarias estaduais e municipais de Saúde. Estima-se o funcionamento de cerca de 65 mil postos de vacinação, com o envolvimento de 240 mil pessoas.

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