Os cassinos de Poços de Caldas garantem uma história à parte de uma cidade que fez suas homenagens ao Rio de Janeiro quando se tornou destino de turistas e pessoas que migraram para lá querendo se tratar se doenças da derme e dos ossos.
As termas de Poços se tornaram famosas e, diziam alguns, milagrosas. Mas os pacientes que chegavam na cidade deviam ficar por lá por não menos do que 21 dias. Era tempo demais e coisas de menos a fazer em uma terra encravada na Serra da Mantiqueira. Por volta do início do século 20, os governantes passaram a se preocupar com os turistas que vinham se tratar em Poços, e investiram e apoiaram a construção de Cassinos.
Poços de Caldas chegou a ter mais de 20 casas de jogos. Algumas impressionantes, como o Palace Cassino, construído em 1931. O Palácio Encantado da Cidade, como era conhecido, chegou a receber grandes nomes da música brasileira, como Carmen Miranda, Aurora Miranda, Silvio Caldas e João de Barro. Suas dependências estão neste momento sendo reformadas. O novo Palace Cassino deve estar pronto até meados do ano que vem, promete a atual gestão.
O Cassino da Urca é outro espaço de luxo para os jogadores da época. O chamado Palácio Deslumbrante da Cidade ganhou destaque como um dos principais destinos de turistas endinheirados da cidade.
Quando chegaram os meados dos anos 40, mais cassinos continuaram a ser abertos em Poços de Caldas. "O professor Hugo Pontes anota em seus estudos que "em dezembro de 1944, sete cassinos passavam por grandes reformas: o Caldense, Gibimba, Imperial, Líder, Palace, Quissisana e Urca. No início de 1946 havia o prenúncio de que as casas de jogos estavam entrando em crise, uma vez que - em plena temporada - funcionavam apenas os Cassinos Líder, Imperial Azul, da Urca e Palace."
Quando chegou a segunda metade do mesmo ano de 1946, os cassinos foram proibidos no Brasil. Muitos empresários seguiram com suas carreiras no ramo hoteleiro da cidade, e Poços teve de se reinventar para não ter uma baixa no turismo, já considerado uma das principais fontes de riquezas da cidade. Um festival de música, anos depois, parece ter o mesmo efeito. Isso se souber crescer sem perder o charme.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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