Cemig apela para clientes pouparem energia elétrica

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
24/01/2015 às 07:53.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:46
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

Geladeira fechada e ar-condicionado desligado. A população vai precisar contribuir para evitar o racionamento de energia em 2015, segundo o presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Mauro Borges. “Temos certeza de que o consumo eficiente evita o racionamento. É esse o caminho que vamos adotar”, afirmou, durante cerimônia de posse da nova diretoria da estatal, na última sexta-feira (23), na sede da empresa. Multas e punições para quem consumir mais estão descartadas, por enquanto.
O comentário foi feito um dia após o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, admitir a possibilidade de adotar medidas mais duras caso a média dos reservatórios da Região Sudeste, que responde por 70% da geração de energia do país, chegue a 10%. Na última sexta-feira (23), segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), a média fechou em 17,28%.
Para incentivar o consumo consciente, Borges afirmou que irá ampliar o programa de eficiência energética, com apoio do governo do Estado. Pela regulamentação do setor elétrico, pelo menos 0,5% da receita operacional líquida das distribuidoras deve ser aplicada em ações contra o desperdício.
A diversificação da matriz energética, em especial com a implantação de usinas térmicas, também foram citadas por ele como fundamentais no combate ao racionamento.
Segundo relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as hidrelétricas respondem por 62,8% da capacidade instalada do país, seguidas das termelétricas, com 28,25%, e das pequenas centrais hidrelétricas, com 3,58%. Fazem parte do sistema, ainda, as usinas eólicas (3,65%), as nucleares (1,49%), as centrais geradoras (0,23%) e as solares (0,01%).
“Há cem anos o Brasil não enfrenta uma situação tão grave, mas o país fez grandes investimentos, como as hidrelétricas do rio Madeira e do rio Xingu. Uma vez concluídas essas três usinas, além de Teles Pires, poderemos superar num espaço curto de tempo essa restrição (risco de racionamento)”, comentou Borges.
Juntas, as quatro usinas injetarão no Sistema Interligado Nacional (SIN) quase 10 mil megawatts (MW). O problema é que as obras estão atrasadas, sem previsões concretas de conclusão. O mesmo acontece com grandes linhas de transmissão, como o linhão Tucuruí-Manaus-Macapá.
Para o diretor do Instituto Estratégico do Setor Elétrico (Ilumina) Roberto D’araújo, “quem diz que o racionamento está longe está olhando com um binóculo ao contrário”. No entanto, ele ressalta que é impossível dizer se os cortes compulsórios de energia serão necessários. “Pode ser que sim, pode ser que não. Até lá, é necessário tentar evitar”, alerta.
Segundo o especialista, embora bem-vinda, a contribuição do consumidor não deve ter grandes impactos. O problema é que, devido ao calor, o chuveiro, normalmente considerado um grande vilão, já não está ligado no modo inverno, que consome mais energia. Restam o ar-condicionado e a geladeira.

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