Cenário em 2018

03/01/2018 às 00:18.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:33

Como disse na publicação anterior, o balanço do ano que se passou foi positivo para a economia. Algumas reformas foram aprovadas e outras estão na ordem do dia do governo. Os indicadores econômicos melhoraram significativamente, mais do que a previsão dos analistas. Inflação em 2,8 %, Selic em 7% e PIB crescendo 1%. Podemos dizer que no campo econômico o governo fez o dever de casa.

Começamos o ano com boas expectativas: crescimento do PIB previsto para 2,7%, retomada dos empregos, juros em tendência de queda e aumento dos investimentos externos. O ano de 2018 traz grandes e importantes eventos, além da Copa do Mundo (que confesso não estar otimista quanto ao desempenho do Brasil) também teremos as eleições. Será a oportunidade para a população externar seus anseios e demandas na urna. Nesse sentido, me preocupa o discurso populista.

É fundamental que o discurso na campanha se dê pela via da coerência e bom senso. Deveria se evitar posturas dos salvadores da pátria, ou dos combatentes dos vilões como estamos habituados a assistir no horário eleitoral. A questão é que ainda nem estamos em período eleitoral (oficialmente) e estes discursos já emergem. O ex-presidente Lula, sempre que tem oportunidade, relembra seus feitos na Presidência, prometendo devolver aos eleitores o Brasil que ele entregara para Dilma em janeiro de 2011. 

Fato é que não temos mais o vento mercado externo a nosso favor. Nossas commodities não estão supervalorizadas, nem há uma demanda pulsante da China como existia a época. Para complementar a diferença de cenário, acabamos de sair da pior recessão da história, causada pela sucessora do ex-presidente, que ao implementar sua desastrada “Nova Matriz Econômica” nos fez mergulhar na recessão e desemprego. 

Bolsonaro segue o mesmo caminho. Já roda o Brasil se posicionando como candidato, mas confesso que não consigo analisar como será seu governo do ponto de vista de política econômica, pelo simples fato do postulante à Presidência sempre escorregar e não dar declarações quando o assunto é a condução da economia.

Também me preocupa a fala do ex-ministro Ciro Gomes. Confesso que admiro algumas de suas posturas, principalmente as ligadas a austeridade enquanto ocupou cargos no governo, mas Ciro tem cogitado repetir as mesmas ações que fracassaram no governo Dilma. Me parece que o cunho ideológico está pesando mais do que o conhecimento que o candidato detém sobre economia. As cartas aos poucos vão se colocando sobre a mesa. Que comecem os jogos. 

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