Cenário positivo na pecuária norte-mineira

Jornal O Norte
22/04/2010 às 08:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:26

Nágila Almeida


Colaboração para O NORTE

Depois de um período extremamente negativo, com a crise econômica mundial, a pecuária na região recupera o poder de venda e registra aumento de até 35% no preço da arroba do boi para pasto, de R$ 60 em 2007, para R$ 80 em 2009. A arroba do bezerro, por sua vez, pode chegar a R$ 120. O principal fator é a volta das exportações, que revitalizou o ânimo dos pecuaristas da região. A expectativa é de que leilões na 36ª Expomontes batam o recorde de venda de mais de 8 mil cabeças, só no parque de exposições de Montes Claros.

De acordo com informações da fundação João Pinheiro, Minas Gerais registrou, em 2007, produto interno bruto de R$ 241.293.054. O PIB do Norte de Minas pulou de R$ 3,6 bilhões, em 1999, para R$9,6 bilhões em 2007, um crescimento de 167%, sendo que a agricultura representa 11% do total. Em 2007, o destaque foi o agronegócio da pecuária, com crescimento de 21,81%.

LEI DA OFERTA E DA PROCURA

- Estamos em uma fase ruim para a venda de boi gordo, o mercado procura por bezerros. O excesso de oferta influencia no valor da arroba do boi gordo, que rastreado custa R$ 80. Já o bezerro está bem valorizado, a arroba em leilões chega a custar R$ 120. Esses valores têm subido rapidamente e o pecuarista não consegue repor o gado. Aí ocorre a supervalorização do produto pela falta no mercado. Esse ciclo dura em média dez anos - explica Moacyr Basso, vice-presidente da Sociedade Rural de Montes Claros.Ele lembra que ainda que 20% do rebanho brasileiro é exportado e o Norte de Minas tem um índice maior. O mercado por aqui começou a se aquecer nos últimos meses. Minas Gerais é o estado pioneiro em fazendas liberadas para exportação de carne bovina.

- A expectativa é de recuperação. Queremos elevar o preço da arroba do boi gordo de R$ 75 para R$ 90. No auge da crise internacional, esse valor caiu na faixa dos R$ 60.

LEILÕES

Há cerca de sete anos, os leilões na Expomontes não passavam de 2.500 cabeças. Alguns incentivos ajudaram a aumentar esse número para cerca de 8 mil cabeças. Uma das mudanças foi a adequação da comissão da leiloeira ao volume de cabeças por leilão.

- Diminuímos o número de eventos e melhoramos a qualidade dos leilões, com maior investimento na qualidade e no volume do gado - conta Basso.

- Com a construção do centro de eventos no parque João Alencar Athayde esses índices irão subir mais ainda. Hoje, a capacidade de um leilão com até 2.500 cabeças, devido ao número de currais, é de até 400 pessoas. Com a nova obra, a capacidade de público será de 850 lugares - diz.

Entretanto, o pecuarista frisa que um leilão não serve apenas para vender gado. O evento é um instrumento de marketing para os produtores e a multiplicação de informações ajuda a alavancar toda a cadeia produtiva do agronegócio. Assim como a transmissão do leilão por canais especializados, já que 90% dos animais são vendidos para produtores locais.

De acordo com a programação da 36ª Expomontes, serão realizados os seguintes leilões: 16º leilão do futuro novilho precoce (01/07, às 19h); 4º leilão nelore máximo (02/07, às 19h); 17º leilão girolando (04/07, às 19h); leilão carga fechada (05/07, às 19h); 3°leilão criadores do norte (06/07, às 19h); 63º leilão confboi (07/07, às 19h); 36º leilão noite do nelore colonial (08/07, às 19h); v leilão elite norte da marcha (09/07, às 19h); leilão nelore show (10/07, às 19h).

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