(Anderson Rocha)
Centenas de pessoas se manifestam na Praça da Liberdade, neste domingo (31), em que o início do regime militar no Brasil completa 55 anos. O movimento apresenta repúdio às possíveis comemorações pela tomada de poder no Brasil, em 1964. A Polícia Militar acompanha o ato.
No local, um caminhão de som traz relatos lidos de tortura a vítimas do período de exceção. Já no coreto da praça é possível ver aproximadamente 100 fotos de pessoas que, de acordo com os organizadores, foram mortas pelo regime, encerrado depois de 21 anos, em 1985.
O público, em maioria vestido em preto, segura cartazes com frases sobre a ditadura, incluindo uma faixa com pedido de libertação do ex-presidente Lula (PT), preso em abril do ano passado. Também há críticas ao presidente Jair Bolsonaro, do PSL.
“Nosso intuito é ‘descomemorar’ o golpe de 64. Achamos que é um absurdo, hoje, 55 anos depois, as pessoas estarem comemorando uma ditadura. Queremos mostrar que a gente não esqueceu nada do que aconteceu e que a gente quer que nada disso se repita”, afirmou um dos organizadores do movimento, o terapeuta João Cláudio Fontes, de 45 anos. Segundo ele, o ato deste domingo é apartidário.
Ainda, estão programadas para este domingo a apresentação de músicas da época e uma procissão até a antiga sede da unidade em Belo Horizonte do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), equipamento de governo utilizado para repressão durante o regime militar, localizado na avenida Afonso Pena.