A cesta básica em Belo Horizonte atingiu o maior valor da série histórica em janeiro, chegando a R$ 637,20. Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da UFMG aponta que o valor é o mais alto desde 1994, quando o estudo começou a ser feito.
De acordo com o gerente de pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, as fortes chuvas que atingiram Minas Gerais em janeiro ajudam a explicar a variação no preço dos alimentos.
“O setor de hortifruti é muito volátil, eles são muito sensíveis a condições climáticas. Se as chuvas diminuírem nos próximos meses, é possível que o preço melhore, mas é muito difícil prever esse comportamento”, avalia.
Em relação a dezembro, o aumento do preço da cesta básica foi de 4,66%. Puxam a subida no valor alimentos como a batata inglesa, que ficou 33,13% mais cara; o tomate santa-cruz, que aumentou 18,51%; e o chã de dentro, que teve variação positiva de 4%.
Com o preço atual, a cesta básica representa mais da metade de um salário mínimo, que hoje é R$ 1.212. A situação do orçamento familiar fica ainda mais complicada quando analisados outros gastos essenciais, que também tiveram aumento.
De acordo com o Ipead, em BH houve aumento de 3,08% em despesas pessoais; 2,7% para artigos de residência; 2,54% para transporte, comunicação, energia elétrica, combustíveis, água e IPTU; e 1,21% para Saúde e cuidados pessoais.
“A cesta básica é referente aos gastos que um trabalhador adulto teria com a alimentação. É difícil imaginar que uma família, que em média tem 4 pessoas, e que somente ganhe um salário mínimo vá consumir essa cesta como ela está retratada”, comenta Antunes.
A pesquisa completa do instituto ligado à UFMG pode ser acessada neste link.