Cesta básica tem maior alta do ano

Jornal O Norte
06/12/2007 às 10:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:25

A cesta básica de Belo Horizonte atingiu o patamar mais indigesto dos últimos 12 meses. Em novembro, os alimentos subiram 4,54%, o maior aumento desde outubro do ano passado, quando a cesta subiu 5,18%. As altas de produtos como batata inglesa e feijão carioquinha acabaram salgando a inflação, que registrou aumento de 0,61%, depois da ligeira alta de 0,05% em outubro. Segundo levantamento do Ipead/UFMG- Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis, o IPCA- Índice de Preços ao Consumidor Amplo da capital só tinha sido maior em janeiro deste ano (1,2%).

No acumulado do ano a inflação está em 3,54%. O diretor-adjunto do Ipead, Wanderley Ramalho, acredita que, apesar dos aumentos, a meta de terminar o ano de 2007 com a inflação na casa dos 4%, não será ameaçada.

- Os alimentos são muito sensíveis e sobem quando chove muito ou quando chove pouco, eles devem continuar a trajetória de alta em dezembro, mas nada que comprometa a meta, analisa Ramalho.

A batata e o feijão carioquinha foram os produtos que ficaram mais caros em novembro. A pesquisa da cesta básica mostra que esses itens subiram 23,65% e 32,65%, respectivamente. Outros preços que subiram no mês passado foram de chã de dentro, que aumentou 10,12%; do óleo de soja, com alta de 3,95%; e o da farinha de trigo, que ficou 3,24% mais cara.

Com exceção do café moído, que ficou 0,37% mais barato em relação a outubro, os ingredientes básicos do café da manhã também não deram folga. O pãozinho francês subiu 0,77% e a manteiga teve aumento de 1,03% em novembro.

Nem todos os itens da cesta básica subiram. O arroz, por exemplo, ficou 0,78% mais barato. O preço do tomate caiu 18,78%; e o do leite caiu 5,69%. Neste último caso, a redução é resultado do fim da entressafra combinado aos reflexos do escândalo de contaminação com água oxigenada.

A pesquisa do Ipead considera 13 itens alimentares. Juntos, em quantidades suficientes para alimentar uma pessoa adulta, eles custaram R$ 194,53, 15,65% a mais do que novembro do ano passado. Isso significa que um trabalhador que recebe salário mínimo (R$ 380) foi obrigado a gastar 51% da renda só para se alimentar. Uma pessoa casada, com dois filhos, teve que gastar pelo menos o triplo.

PROJEÇÃO

A meta de inflação para esse ano no Brasil, de 4,5%, medida pelo IPCA, deve ser cumprida com folga, na avaliação do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. De acordo com ele, isso é perceptível ao se observar o resultado acumulado do ano, até novembro, para o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), que é de 3,87%. De acordo com Braz, a taxa do IPC-S na última quadrissemana de dezembro deve ficar em torno de 0,30%. (com Agência Estado)

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