(Museu Histórico Abílio Barreto)
O texto de apresentação do primeiro clássico entre Atlético e Cruzeiro, publicado no “Diário de Minas” de 17 de abril de 1921, parece uma previsão do que o confronto se transformaria com o tempo.
Traz argumentos que são usados até hoje quando os dois gigantes se encontram, independentemente do momento e da situação que enfrentam.
É importante ressaltar, que em 1921 apenas seis edições do Campeonato Mineiro tinham sido disputadas e que o jogo contra o Atlético foi apenas o segundo da história do Palestra Itália, fundado em 2 de janeiro daquele ano, mas que entrou em campo pela primeira vez apenas em 3 de abril, para vencer um combinado formado por Villa Nova e Palmeiras por 2 a 0.
Além disso, a matéria evidencia que a prática esportiva ainda encontrava resistência na nova capital mineira. A seguir está o texto original, com a grafia da época respeitada:
O grande festival de hoje
“A Associação Mineira dos Chronistas Desportivos, consoante tem sido noticiado, inicia, com o festival de hoje, a série dos que pretende realizar em nosso meio, para dar, segundo o seu programma, uns rebates de vibração na vida sportiva horizontina.
Os jogos que se vão ferir hoje prometem esse enthusiasmo e hão de levar às archibancadas do Prado Mineiro uma assistencia respeitavel, desejosa de verificar o resultado das duas pugnas.
Si de uma, a principal da tarde, mais ou menos se antevê o final (o que entretanto não se póde garantir), quanto à outra – a partida Athletico x Palestra – a questão é, em verdade, de despertar curiosidade e interesse.
Club novissimo, mas que vem surgindo com todos os requisitos para conquistar os melhores louros, a sociedade Sportiva Palestra Italia já manifestou a sua força e pretende trilhar em Minas a mesma róta do valoroso campeão da Paulicéa.
Com respeito ao Athletico, não é preciso dizer sinão que a sua tradição e glorias que lhe cobrem o pavilhão exigem sempre, da sua parte, esforço e vontade firme.
E eis ahi por que sempre nos está picando a curiosidade de saber qual o vencedor dessa pugna. Por este e outros motivos não ha negar que o Prado hoje desperta interesse”.