SÃO PAULO - O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, encontra-se em Cuba para se consultar sobre política externa com o presidente Hugo Chávez, que se recupera em Havana de uma operação de um câncer realizada há um mês.
Jaua anunciou o encontro com o mandatário nesta segunda-feira (21) durante sua recepção pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez. A visita do chanceler venezuelano não tinha sido anunciada previamente.
Desde sua internação, em dezembro, Chávez não fez nenhuma aparição pública nem teve declaração ou imagem divulgada. Especula-se sobre o real estado de saúde do mandatário, que trata um câncer na região pélvica - do qual não se conhece mais detalhes - e sobre sua capacidade de tomar decisões.
Elías Jaua disse que aproveitará a visita para pedir ao presidente Chávez "um conjunto de orientações" sobre a participação da Venezuela na Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que será realizada nos dias 26 e 27 de janeiro em Santiago, no Chile, assim como sobre outros temas da agenda internacional.
O chanceler acompanhará o vice-presidente, Nicolás Maduro, que lidera o governo da Venezuela desde a ausência de Chávez, na cúpula, segundo informaram os organizadores do encontro.
Esta é a primeira visita oficial de Jaua a Cuba após sua designação por Chávez para o cargo de ministro das Relações Exteriores em substituição de Nicolás Maduro.
O chanceler venezuelano também manifestou ao ministro Rodríguez seu interesse de revisar o conjunto de acordos de cooperação e políticos entre ambos os governos.
Jaua transmitiu sua saudação para o presidente cubano, Raúl Castro, e para seu irmão e líder da revolução, Fidel, e agradeceu a atenção dispensada a Chávez e sua família durante seu tratamento.
Por sua parte, o ministro das Relações Exteriores cubano manifestou a Jaua "solidariedade e apoio" ao presidente venezuelano, assim como a seu governo e país "em um momento especial".
Nomeação
Jaua, que deixou a vice-presidência do país para ser candidato ao governo do Estado de Miranda nas eleições de dezembro, nas quais foi derrotado pelo líder opositor Henrique Capriles, foi nomeado por Chávez mediante um decreto anunciado por Maduro diante da Assembleia Nacional em 15 de janeiro.
A nomeação foi criticada pela oposição, que colocou em dúvida sua legalidade. "Se o presidente da República pode assinar decretos, eu chamo para que ele apareça, fale à Venezuela e diga que é o que está se passando nesse governo, porque na Venezuela o que há é desgoverno", declarou Capriles em 16 de janeiro, data em que jurou como governador reeleito de Miranda.