Aguardada com ansiedade pela torcida, a estreia da Chapecoense na Arena Condá na Copa Libertadores contou com bela festa nas arquibancadas e até o lançamento do novo uniforme, com homenagem aos mortos na tragédia aérea do ano passado. Mas a empolgação não se refletiu no futebol exibido em campo nesta quinta-feira e o time catarinense foi derrotado de virada pelo Lanús, da Argentina, pelo placar de 3 a 1.
O revés em casa não trouxe grande prejuízo à Chapecoense por causa da vitória fora de casa, na estreia, sobre o Zulia, na semana passada. O time brasileiro segue com três pontos no Grupo 7, sonhando com a classificação para as oitavas de final. É a mesma pontuação dos demais times da chave - Zulia e Nacional também integram o grupo.
Nas arquibancadas, a torcida catarinense fez a festa, ao menos antes dos gols do Lanús, e contou com o reforço de Jackson Follmann, um dos três sobreviventes da equipe na tragédia aérea, nas tribunas da Arena Condá. Na quarta, ele acompanhara o treino da equipe e até fez caminhada no gramado.
Curiosamente, o time da Chapecoense entrou em campo com o novo uniforme, com homenagem aos mortos na acidente aéreo de novembro passado. Mas a camisa verde não pôde ser estreada nesta noite porque o tom escuro era similar ao uniforme do Lanús. E, como o time argentino só levou seu primeiro uniforme para Chapecó, a equipe da casa precisou vestir branco na Arena Condá.
O jogo
Apesar de toda a expectativa da torcida antes da estreia em casa, a Chapecoense esteve aquém do esperado no primeiro tempo. O time anfitrião esbanjava disposição em campo e preparo físico, ao tentar impor pressão na saída de bola do time argentino desde o apito inicial. Mais cauteloso, o Lanús tentava acalmar o jogo nos primeiros minutos.
Logo aos 11 minutos, o técnico Vagner Mancini precisou mudar o jeito de jogar da Chapecoense nesta noite. Isso porque Moisés Ribeiro deixou o gramado machucado e o treinador não tinha volantes no banco de reservas para substituí-lo, consequência ainda das limitações do elenco da equipe após a tragédia na Colômbia.
Com a perda, Mancini precisou recuar Luiz Antonio, que vinha sendo a surpresa da equipe nas partidas, com suas investidas no ataque. Sem este trunfo, a Chapecoense perdeu ainda mais seu poder ofensivo. Menos mal para os anfitriões que o Lanús, ainda sem ritmo de jogo, em razão da greve no futebol argentino, também mostrou presença modesta no ataque.
Toda a lentidão do morno primeiro tempo foi superada em apenas sete minutos, na etapa final. Aos 4 minutos, João Pedro arriscou chute de longe, no ataque da Chapecoense. A bola, sem força, parou nos pés de Rossi, que bateu cruzado e abriu o placar.
A festa na Arena Condá durou exatos três minutos. Foi o tempo suficiente para o Lanús buscar o empate, e o tempo necessário para duas vaciladas em série da defesa catarinense, com Reinaldo e Girotto. Aguirre, bem colocado na área, aproveitou a chance e completou para as redes o cruzamento rasteiro da direita.
O duelo, então acelerado, voltou a ganhar ritmo morno a partir dos 15 minutos. E só voltou a mexer com a torcida, aos 22, quando João Pedro atropelou Acosta dentro da área. Na cobrança do pênalti, Sand bateu quase no meio do gol e decretou a virada dos argentinos.
O que estava difícil para a Chapecoense se tornou praticamente impossível quando o Lanús chegou ao terceiro gol, em mais uma falha da defesa catarinense. Foi aos 36 minutos, em lance de Velázquez que culminou na finalização certeira de Acosta, decretando a primeira vitória dos argentinos nesta Libertadores.
A Chapecoense volta a campo pela Libertadores no dia 18 de abril. Novamente jogando em casa, a equipe catarinense vai enfrentar o Nacional, do Uruguai, pela terceira rodada do Grupo 7. No mesmo dia, o Lanús receberá o Zulia, na Argentina.
FICHA TÉCNICA:
CHAPECOENSE 1 X 3 LANÚS
CHAPECOENSE - Artur Moraes; João Pedro, Grolli, Nathan e Reinaldo; Moisés Ribeiro (Osman), Andrei Girotto e Luiz Antonio; Niltinho (Arthur), Rossi e Wellington Paulista (Túlio de Melo). Técnico: Vagner Mancini.
LANÚS - Esteban Andrada; José Luis Gomez, Marcelo Herrera, Diego Brahieri e Maximiliano Velazquez; Román Martínez, Iván Marcone, Nicolás Aguirre (Matias Rojas); Alejandro Silva (Pasquini), Lautauro Acosta e José Sand (Germán Denis). Técnico: Jorge Almirón.
GOLS - Rossi, aos 4, Aguirre, aos 7, Sand, aos 22, e Acosta, aos 36 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Herrera, João Pedro, Osman.
ÁRBITRO - Enrique Cáceres (Paraguai).
RENDA - R$ 339.270,00.
PÚBLICO - 12.489 pagantes.
LOCAL - Arena Condá, em Chapecó.
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