Chávez afirma que seguirá apoiando o "governo legítimo" da Síria

AFP
09/10/2012 às 18:39.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:57
 (Juan Barreto/AFP)

(Juan Barreto/AFP)

CARACAS - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, seguirá apoiando o "governo legítimo" de Bashar al-Assad na Síria, acusando os Estados Unidos de estarem por trás da crise, disse nesta terça-feira (9) durante sua primeira entrevista coletiva à imprensa após a sua reeleição, no domingo.

"Como não apoiar o governo de Bashar al-Assad se é o governo legítimo da Síria? Quem apoiar, os terroristas, que pedem um conselho de transição enquanto andam matando gente por todos os lados?", afirmou Chávez, reeleito no domingo com mais de 55% dos votos frente ao opositor Henrique Capriles.

"Eu não sei como alguns governos da Europa se reúnem com os terroristas e desconhecem um governo legítimo, por isso é claro para nós que temos que seguir apoiando o governo legítimo e defender a paz na Síria", acrescentou.

Chávez, de 58 anos e no poder desde 1999, reiterou sua tese de que na Síria há uma "crise planejada" como, segundo disse, ocorreu com o governo de Muamar Kadhafi, na Líbia.

"O governo dos Estados Unidos é um dos maiores responsáveis por este desastre. Agora senhor (presidente americano Barack) Obama, se for reeleito, recapacite, reflita, e os governos europeus" também, acrescentou.

O mandatário foi enfático ao afirmar que seu governo apoia a "soberania dos povos" e que "a Síria é um país soberano como a Líbia, a Venezuela, os Estados Unidos...". "Se não estamos de acordo com o que pense um ou outro, nós os bombardeamos?", questionou.

"Queria que pudéssemos fazer algo (na Síria), mas o que pode fazer um país como a Venezuela?", declarou.

Chávez também saudou a posição da Rússia, aliada tradicional de Damasco, e da China, que bloquearam as resoluções condenando o regime sírio no Conselho de Segurança das Nações Unidas, embora tenha lamentado que o mesmo não tenha acontecido com a Líbia.

A Venezuela apoia a Síria desde 2011, inclusive já tendo enviado pelo menos três carregamentos de diesel, depois da eclosão de um conflito que deixou mais de 32.000 mortos e dezenas de milhares de deslocados, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

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