WASHINGTON - O chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), general Keith Alexander, declarou nesta quarta-feira (2) que o serviço secreto de inteligência não coleta dados dos americanos que utilizam as redes sociais e classificou qualquer informação nesse sentido de equivocada. Em audiência no Senado, Alexander disse que a matéria publicada no jornal "The New York Times" "pulou para a conclusão de que isso é o que se fazia aos americanos, mas não é correto". Diante do Comitê Judiciário, Alexander afirmou que a NSA está sob exame minucioso do público, após as revelações das amplas campanhas de monitoramento para coletar dados dos americanos. Segundo o diretor da NSA, a agência utiliza as redes sociais apenas quando acompanha "alguém que é parte de uma investigação terrorista". "O fato de que estamos aí fora mapeando a atividade dos americanos nas redes sociais é absolutamente falsa. O que fazemos é ir atrás de uma pessoa que faz parte de uma investigação terrorista, ou algo similar", frisou. Alexander disse também que a agência pode usar as redes sociais para "enriquecer" as informações que possa ter sobre um suspeito de terrorismo. "Não temos o Facebook e outros acessos dessa gente aqui nos Estados Unidos. Teria de vir da parte estrangeira", completou. Se a investigação levar a uma conexão americana, então, explica Alexander, "irá de novo para o FBI". "Estamos buscando o vínculo estrangeiro aqui, não a parte americana", insistiu. No domingo, o "New York Times" informou que a NSA criou a partir de 2010 sofisticados gráficos das conexões sociais de alguns americanos, nas quais é possível identificar seus amigos, localização e outras informações pessoais. O jornal citou novos documentos vazados por Snowden e entrevistou algumas autoridades. O painel do Senado convocou a audiência para considerar o uso da inteligência das redes sociais sob a Lei de Vigilância de Inteligência Externa (Fisa, na sigla em inglês), à luz das revelações feitas nos últimos meses."Acho que é hora de mudar", afirmou o presidente do Comitê, Patrick Leahy, ao inaugurar a audiência. "E acho que a transparência e a supervisão adicional são parte importante dessa mudança", completou. Leahy comentou ainda que pretende acabar com a coleta de dados "do grosso" das chamadas telefônicas e com outras medidas que afetam a reunião de informação.