SANTIAGO - Milhares de estudantes saíram às ruas nesta quinta-feira (11), em Santiago do Chile, para exigir educação pública gratuita e de qualidade, gerando confrontos com a polícia que deixaram oito agentes feridos e mais de 100 pessoas detidas.
A polícia utilizou jatos d'água, bombas de gás lacrimogêneo e pistolas de tinta durante os confrontos, detendo 109 pessoas, sendo 24 menores e 85 adultos, informou Eliecer Sola, chefe local dos Carabineiros.
Os incidentes deixaram oito policiais feridos, incluindo um agente com queimaduras graves nas pernas provocadas por ácido.
Escolas e universidades ficaram vazias, enquanto cerca de 120 mil estudantes, segundo a Confech, e 80 mil, de acordo com a polícia, protestaram em Santiago, assim como em outras cidades chilenas.
O protesto recordou as primeiras manifestações estudantis de 2011, as mais importantes em duas décadas, quando os alunos fizeram tremer o governo de Sebastián Piñera e derrubaram dois ministros da Educação.
Os milhares de estudantes repetiram os refrões ouvidos nas 44 manifestações de 2011 e na dezena de passeatas do ano passado para exigir o fim do modelo de ensino herdado da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
A marcha teve início na Praça Itália, percorreu a Avenida Alameda, a principal artéria da capital chilena, e terminou com um ato cultural na Estação Mapocho, onde ocorreram os confrontos com a polícia.
O percurso, autorizado pela prefeitura de Santiago, evitou o trajeto pela zona do Palácio de La Moneda.
O protesto teve a adesão de diversos setores, como bancários, funcionários da receita e professores do ensino básico.