(Behrouz Mehri/AFP)
Um tribunal do Chipre ordenou a detenção por oito dias do homem egípcio que admitiu ter sequestrado um voo doméstico da EgyptAir e forçado o desvio dele para a ilha ameaçando a tripulação com um cinto de explosivos falsos.
O promotor de polícia do Chipre, Andreas Lambrianou, afirmou que o suspeito, identificado como Seif Eddin Mustafa, de 59 anos, enfrenta acusações de sequestro, posse ilegal de explosivos e ameaça de violência.
A juíza Maria Loizou disse ter considerado o pedido da polícia pela detenção máxima, de oito dias, necessário por causa dos receios de que o suspeito fuja e porque ele admitiu ter sequestrado o avião em um depoimento voluntário à polícia.
Segundo Lambrianou, após ser preso Mustafa declarou: "O que alguém deve fazer quando não vê a mulher e os filhos há 24 anos e o governo egípcio não deixa?" Uma fonte da promotoria geral do Egito, que falou sob condição de anonimato, disse que não existe proibição de viagem para Mustafa.
Histórico
O Ministério do Interior do Egito, por sua vez, afirmou que ele tem um longo histórico criminal e concluiu uma pena de um ano preso em março do ano passado.
Autoridades do Chipre avaliaram Mustafa como "psicologicamente instável" depois de uma lista bizarra de demandas que ele fez aos negociadores para encerrar o sequestro, que incluíram a entrega de uma carta a sua ex-esposa cipriota na qual ele pedia a libertação de 63 mulheres dissidentes presas no Egito.
Lambrianou afirmou que nenhum explosivo foi encontrado no cinto que Mustafa carregava, com exceção de um recipiente com um líquido não identificado. A polícia também encontrou líquido suspeito na mala do passageiro, além de vários documentos escritos em arábico.
O promotor também informou que autoridades do Chipre pedirão ajuda da Interpol para determinar como o suspeito conseguiu passar pela segurança do aeroporto com um cinto de explosivos falsos.