(Maurício Vieira )
O prejuízo médio de cada loja atingida pelas tempestades das últimas duas semanas em Belo Horizonte foi de R$ 16.405,30. O cálculo é da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) e faz parte de um estudo que será apresentado ao governador Romeu Zema (Novo) na manhã desta segunda-feira (3) em evento na própria entidade.
A pesquisa concluiu que 2.516 estabelecimentos foram impactados pelas chuvas em quatro das nove regionais da cidade: Centro-Sul, Barreiro, Venda Nova e Oeste.
Óbitos
O número de mortes em decorrência dos fortes temporais em Minas Gerais subiu para 57 neste domingo (2). Miriam Azevedo Damasceno foi atingida por um muro que caiu em Caratinga, município da região do Rio Doce, na sexta-feira (24).
A mulher de 38 anos tinha acabado de estacionar e estava saindo do carro quando um barranco cedeu e os destroços atingiram ela e o veículo em que estava. A perna da vítima foi esmagada e precisou ser amputada.
Segundo a irmã da vítima, Miriam estava com uma infecção e febres constantes. Na manhã deste domingo ela teve uma parada cardíaca e não resistiu.
Alerta de risco geológico
Mais de 70% das mortes nos últimos temporais que castigaram Minas ocorreram após desmoronamentos ou deslizamentos de terra. Nos municípios, o alerta para o solo encharcado, que pode causar novas tragédias, é maior em Belo Horizonte. Comunicado de risco geológico emitido pela Defesa Civil permanece pelo menos até amanhã.
Na capital, os desabamentos provocaram 12 dos 13 óbitos. A situação é mais crítica nas vilas e favelas, onde o perigo já foi atestado em 1.144 imóveis erguidos sob encostas ou à beira de barrancos. Nesses locais moram pelo menos 3 mil famílias, conforme o último balanço disponibilizado.
Presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape), em Minas, Eduardo Vaz de Mello reconhece os riscos para quem reside nesses terrenos.
“BH tem áreas de topografia ruim, com solo baixo e falta de drenagem. Erguer construções nesses locais já é arriscado. O problema é agravado pois, muitas vezes, as casas são justamente nesses pontos, além de não existir um acompanhamento técnico, como o de engenheiros”.