riscos iguais

Cidades da Grande BH cancelam Carnaval de rua, mas permitem festas privadas

Luiz Augusto Barros
@luizaugbarros
Publicado em 23/02/2022 às 06:00.
Aglomerações de milhares de pessoas marcaram as últimas folias realizadas nas ruas de BH (Flávio Tavares/Arquivo)

Aglomerações de milhares de pessoas marcaram as últimas folias realizadas nas ruas de BH (Flávio Tavares/Arquivo)

Pelo menos 13 cidades da região metropolitana de Belo Horizonte cancelaram desfiles de blocos de rua previstos para o Carnaval deste ano na tentativa de barrar a transmissão da Covid. No entanto, parte dos municípios, incluindo a capital, vai permitir a realização de festas particulares. Especialistas defendem que, na prática, o risco de contaminação é o mesmo.

Na metrópole, a prefeitura não irá apoiar financeiramente a folia, mas vários shows privados estão marcados para o fim de semana, já que as regulamentações vigentes permanecem, desde que obedecidos os protocolos como a apresentação do comprovante de vacina ou exame de Covid com resultado negativo.

Segundo o Executivo, por se tratar de um período em que a cidade estará em funcionamento normal, a Guarda Municipal manterá o efetivo diário. A circulação nas ruas segue sem restrição, mas as vias não estarão fechadas para os foliões. 

Também não haverá nenhum planejamento específico, como a instalação de banheiros químicos. A Guarda poderá realizar abordagens “àqueles que violarem a ordem pública”.

A situação é semelhante em Contagem, que determinou que não será feriado nem ponto facultativo. Festas solicitadas à administração municipal estão liberadas. Estão permitidas atividades em bares, boates e restaurantes, desde que respeitadas as medidas sanitárias. Vespasiano terá a mesma postura, mas aderindo ao ponto facultativo. 

Para o infectologista Leandro Curi, o risco é exatamente o mesmo, seja na rua ou em evento fechado. “A variante Ômicron é altamente infectante. Apesar de a população achar que está totalmente segura com todas as doses, sabemos que a mutação pode furar a vacinação. É menos mortal, mas infecta. Além disso, a pessoa ainda pode transmitir o vírus”.

O especialista defende que a conferência das carteiras de vacinação e testes seja rigorosa. Além disso, lembra da importância de se usar a máscara de proteção. “Ainda não estamos em um período confortável. O povo cansou da prevenção, quer voltar à vida normal”, alerta.

Um levantamento por amostragem da Confederação Nacional de Municípios (CNM), feito entre 14 e 17 de fevereiro, apontou que 104 cidades mineiras cancelaram os festejos públicos, mas mantiveram os privados. Outras 198 localidades informaram que não liberaram nenhum evento. Sete estavam sem restrições e 77 ainda não definiram quais medidas serão tomadas. Ao todo, 386 prefeituras responderam a pesquisa.

Mais rigor

Em Betim, Ibirité e Nova Lima não serão liberados alvarás para qualquer evento de Carnaval. A Prefeitura de Ribeirão das Neves afirma que não apoiará nem patrocinará festas que possam gerar risco à saúde da população. Jaboticatubas também não permitirá aglomerações.

No fim do ano passado, a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais (ACHMG) chegou a um consenso junto aos 30 municípios para não promoverem festas em 2022. Assim, Brumadinho, Caeté, Lagoa Santa, Sabará e Santa Luzia também cancelaram as festividades. O mesmo vale para destinos tradicionais, como Diamantina, Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei e Tiradentes.

Sem resposta
Recentemente, o governo de Minas afirmou que a Polícia Militar poderá agir para que não haja aglomerações no Carnaval. Nessa terça (22), procurado para falar sobre a fiscalização – em meio à greve dos servidores da segurança pública – o Estado não se pronunciou.

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