De acordo Associação Mineira de Municípios, 8 a cada 10 prefeituras que responderam a pesquisa sofrem com desabastecimento
65,8% das cidades que responderam ao levantamento feito pela CNM reclamaram falta de vacinas (Fernando Michel / Hoje em Dia)
Pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) aponta para falta de vacina em 65,8% das cidades que responderam ao levantamento feito pela entidade no fim de novembro e início de dezembro. Em Minas, das que responderam, 8 em cada 10 prefeituras confirmam não ter imunizantes. A campeã de reclamações é a vacina contra varicela.
A porcentagem aumentou em relação à pesquisa realizada no fim de agosto, quando 64,7% das cidades pesquisadas em todo o país reclamaram da falta de imunizantes.
Problema criticado pelo médico e presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Marcos Vinicius, que é 1º vice-presidente da CNM e prefeito de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço.
“A AMM alertou para este problema em agosto e, em setembro, apresentamos os resultados da nossa pesquisa. A CNM realizou dois outros levantamentos e ambos corroboram os nossos números. A AMM notificou o Ministério da Saúde em setembro, o Ministério admitiu que faltavam os imunizantes e deu várias desculpas: desde a falta de matéria-prima até problemas de logística. E, até hoje, a escassez não foi resolvida, colocando em risco a vida de milhares de pessoas”, critica.
Ele alerta que a falta de vacinas pode trazer de volta surtos de doenças que estavam erradicadas, como o sarampo e a coqueluche, cujos números avançam pelas cidades mineiras.
Ao Hoje em Dia, Eder Gatti Fernandes, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, informou que todas as vacinas solicitadas pelos estados foram entregues no início deste mês. A pasta admite atraso apenas em relação ao imunizante contra varicela - há meses em falta em BH e no interior - devido a um problema com fornecedor.
"Temos contrato com empresas e cronograma de entrega pactuado com todos os fornecedores, e um processo logístico de distribuição, dividido com estados e municípios. Em dezembro de 2024 entregamos todas, atendendo 100% das demandas. E temos estoque para atender nos primeiros meses de 2025", avisou o representante do Governo Federal, ressaltando que no caso dos imunizantes contra Covid, foi feita uma chamada oferecendo mais doses às unidades da Federação que precisassem.
"Uma coisa que dita nossa entrega é a capacidade dos estados de receber. O Ministério atende essa capacidade. Se tem problema de chegar em lugar A ou B, tem que olhar a questão de logísticas locais", salientou Éder Gatti.
O Hoje em Dia procurou a Secretaria de Estado de Saúde para repercutir a denúncia feita pela Associação Mineira de Municípios e, também, confirmar o recebimento das doses que o Ministério da Saúde informou ter enviado. Esta matéria será atualizada com o posicionamento do Governo Estadual.
A pesquisa da CNM foi realizada em setembro e refeita no fim de dezembro com a participação de 312 municípios em ambas as edições. Ou seja, 312 cidades responderam as duas edições. Das participantes, 236 sofriam com a falta de imunizantes na primeira edição. Na segunda, o número subiu para 258, aumento de quase 10%.
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