Cinco jornalistas morrem no Iraque em ataque a emissora de TV

AFP
23/12/2013 às 17:22.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:59

Cinco jornalistas morreram no ataque lançado por quatro terroristas suicidas contra uma emissora de televisão local em Tikrit, ao norte de Bagdá, enquanto forças militares iraquianas atacavam acampamentos da Al-Qaeda no oeste do país. Outras 17 pessoas morreram em atos de violência no restante do país. As vítimas do ataque contra a televisão em Tikrit são o chefe de redação da emissora de televisão Salahedin, um jornalista, o produtor, o apresentador e o encarregado dos arquivos, informaram fontes policiais, que também indicaram cinco funcionários feridos.

As fontes informaram que as forças de segurança efetuaram outro ataque ao prédio que sedia a emissora Salahedin. Dois dos agressores detonaram os explosivos que levavam junto ao corpo e os outros dois foram mortos pelas forças de segurança. Desde 5 de outubro, doze jornalistas morreram em diferentes atentados em várias cidades do Iraque.

As autoridades iraquianas são criticadas com frequência pelas violações à liberdade de imprensa no país e pela impunidade dos assassinatos de jornalistas. Em outro incidente violento desta segunda-feira no Iraque, sete militares, entre eles quatro oficiais, morreram atingidos por disparos de morteiro contra seu quartel na região de Abu Ghraib, segundo fontes de segurança iraquianas.

Onze acampamentos da Al-Qaeda perto da Síria ============================================ O ano de 2013 foi terrível no Iraque, com uma espiral de violência chegando aos níveis de 2008, quando o país acabava de sair de uma onda de violência religiosa após sua invasão em 2003, liderada pelos Estados Unidos. Mais de 6.650 pessoas morreram desde o começo do ano, segundo um registro feito pela AFP com dados fornecidos por fontes de segurança e médicas.

Esta escalada de violência pode ser atribuída à indignação da comunidade sunita, que denuncia uma campanha de repressão por parte do governo, liderado por xiitas. Também nesta segunda-feira, o Exército iraquiano bombardeou posições ligadas à Al-Qaeda no deserto da província de Anbar (oeste), de maioria sunita, localizada na fronteira com a Síria, anunciou o Ministério da Defesa iraquiano.

As posições, localizadas do ar, foram "bombardeadas com êxito" e "dois acampamentos foram destruídos no deserto de
Anbar", acrescentou o porta-voz, Mohamed al-Askari, em um comunicado. Askari explicou que fotografias aéreas e outras informações apontavam para a "chegada de armas e equipamentos da Síria" a Andar, o que teria estimulado os militantes vinculados à Al-Qaeda a "ressuscitar alguns de seus acampamentos que haviam sido eliminados pelas forças de segurança em 2008 e 2009".

"As fotografias e a informação da inteligência indicam que sempre que se pressiona grupos armados na Síria, estes se retiram para o Iraque (...) para se reagrupar e depois realizar operações terroristas nos dois países", disse Askari, destacando que as fotos aéreas tinham revelado a existência de 11 acampamentos perto da fronteira síria.

Os Estados Unidos voltaram a pedir no domingo aos líderes regionais que trabalhem para deter o financiamento e o recrutamento de dois grupos jihadistas, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a Frente Al-Nosra, ligada à Al-Qaeda e que combate o regime de Bashar al-Assad na Síria. 

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