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Cinco pessoas são presas por aplicar golpe do falso emprego em alunos da rede pública de BH

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
05/04/2022 às 19:32.
Atualizado em 05/04/2022 às 19:40
 (Divulgação / Polícia Civil)

(Divulgação / Polícia Civil)

Uma operação da Polícia Civil, nesta terça-feira (5) resultou na prisão de cinco pessoas, acusadas de aplicar o golpe de falso emprego em alunos de escolas públicas de Belo Horizonte. Três suspeitos têm registro de antecedentes criminais pela prática de estelionato. A polícia identificou 13 vítimas, mas alerta que podem existir outras. 

Segundo as investigações, os alvos dos criminosos são estudantes com idades entre 14 e 21 anos, a maioria de baixa renda. Eles ofereciam as vagas falsas a menores na categoria jovem aprendiz, que buscam pelo primeiro emprego ou vínculo empregatício com alguma empresa.

Um dos investigados ia até escolas públicas da capital para encontrar possíveis vítimas, coletava dados pessoais dos estudantes.  

 (Divulgação / Polícia Civil)

(Divulgação / Polícia Civil)

(Divulgação / Polícia Civil)

O golpe 

A delegada responsável pelo caso, Lígia Mantovani, informou que as investigações começaram há mais de um ano. Para ela, a forma como os criminosos tinham acesso aos menores chamou a atenção dos investigadores.

Mantonvani conta que uma pessoa da organização ia até as escolas públicas de Belo Horizonte, contava aos diretores e responsáveis que estava oferecendo as vaga de emprego aos jovens e, por óbvio, conseguia uma autorização para conversar com os alunos. Segundo as vítimas, eles mesmos preenchiam um cadastro fornecendo todo os dados que seriam usados na prática criminosa.

Representantes da organização se passavam por funcionários e proprietários de uma empresa de Recursos Humanos. Eles faziam contato com as vítimas e ofereciam uma vaga de emprego. Os estudantes eram, então, chamados a um escritório, localizado na região Central de BH. 

Lá, ainda de acordo com a polícia, os suspeitos afirmavam que, para que fosse o contrato com a empresa fosse formalizado, era necessário pagar e fazer um curso profissionalizante, de nível médio. “É um curso fraudulento, que é vendido e realizado pelos próprios criminosos como uma condição para que supostamente essas vítimas tenham a vaga de emprego”, destacou a delegada. 

Segunda a policial, o valor dos cursos variavam. Ela conta que, segundo as vítimas, foram relatados valores entre R$ 300 e R$ 2 mil. “Eles faziam uma leitura das condições das vítimas e cobravam de acordo com o que eles sentiam que a vítima teria condições de pagar. O objetivo era ludibriar, então, o que eles conseguiam tirar de dinheiro dessas vítimas, eles o faziam”, afirmou.

Rede criminosa

As investigações apontaram que a organização é especializada em aplicar o golpe e que cada um, dos cinco presos nesta terça-feira (5), tinha funções estrategicamente definidas dentro da falsa empresa. 
 
A investigadora detalha que a prática funcionava como uma rede. Um dos suspeitos presos é idealizador do golpe e já possui boletim de ocorrência contra ele por práticas idênticas. Segundo ela, o local onde funcionava a falsa empresa era administrado por dois sócios, também presos na operação. Toda semana eles passavam uma porcentagem das arrecadações ao idealizador, com valores entre R$ 4 e R$ 20 mil, como em um esquema de “franquia”. 

O quarto integrante preso é uma mulher que fazia uma espécie de serviço de telemarketing, entravando em contato com as vítimas e encaminhava os estudantes para os cursos.

O último suspeito é o responsável pelos cursos remotos. Na casa dele foi encontrada uma estrutura com sistema digital, antena e equipamentos. Com essa aparelhagem ele mantia os cursos ativos em uma plataforma digital.

De acordo com a delegada, as prisões foram feitas nas casas dos investigados e não houve resistência de nenhum deles. “Um deles, inclusive, possui tornozeleira eletrônica pela prática de estelionato, o que comprova o comportamento delitivo deles”, explicou a delegada.  

Os cinco suspeitos já estão em unidades prisionais, à disposição da Justiça.

A delegada alerta que caso alguma vítima identifiquer essa prática criminosa, procure uma delegacia da Polícia Civil para registrar a denúncia. 

(Divulgação / Polícia Civil)

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