(AFP)
O protesto no Texas foi um dos vários que explodiram em várias cidades dos EUA após a morte de dois homens negros por policiais brancos.
Um quarto suspeito trocou tiros com a polícia e negociou com as autoridades durante a madrugada em uma garagem. O suspeito alertou sobre possíveis bombas espalhadas pela cidade -não encontradas em varredura feita pela polícia.
Esta quinta foi o dia mais mortal para autoridades americanas desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, segundo uma entidade americana que contabiliza mortes de policiais e outras autoridades. Nos ataques de 2011, 72 oficiais foram mortos, diz a entidade.
OBAMA
Em uma fala rápida à imprensa, Obama afirmou que o caso está sob investigação, mas "o que sabemos é que ocorreu um ataque perverso, calculado e desprezível contra autoridades".
"Não há justificativa possível para este tipo de ataque ou qualquer violência contra autoridades", disse Obama de Varsóvia (Polônia), onde está em reunião da cúpula da Otan (aliança militar do Ocidente).
O americano afirmou ter conversado com o prefeito de Dallas, Mike Rawlings, para oferecer condolências e a assistência do governo federal.
"Sabemos que, quando as pessoas estão armadas com armas poderosas, isso faz ataques como esses serem mais mortais e trágicos. Nos próximos dias, teremos que considerar essas realidades também."
AFP
MORTES POR POLICIAIS
A morte de Philando Castile, 32, e Alton Sterling, 37, foi o gatilho para uma série de protestos, em sua maioria pacíficos.
A namorada de Castile, Diamond Reynolds, transmitiu o assassinato em tempo real, via streaming no Facebook, a partir de Falcon Heights, em Minnesota, na quarta (6).
No vídeo, a filha de 4 anos chora no banco de trás, e a mãe questiona: "Você disparou quatro balas, senhor. Ele só estava pegando sua carteira de motorista".
socorro imediato, conforme imagens registradas por celulares.
Sterling e Castile se tornaram os 122º e 123º negros mortos pela polícia americana em 2016, segundo banco de dados do "Washington Post".
O número representa 24% de 509 vítimas. Os afroamericanos somam 13% da população americana, segundo o censo.
As mortes reaqueceram o debate sobre racismo e violência policial nos EUA.
O presidente Barack Obama disse que não as vê como "incidentes isolados" e que "todos os americanos deveriam estar profundamente perturbados" por elas.
O governador de Minnesota, Mark Dayton, afirmou que ninguém deveria morrer por causa de uma lanterna quebrada (o que levou Castile a ser parado pela polícia, segundo a namorada).
"Isso teria acontecido se passageiro ou motorista fossem brancos? Não creio", disse o governador, que pediu investigação federal.
Em outro vídeo, Diamond explica por que exibiu ao vivo a morte do namorado: "Quis que viralizasse. A polícia não está aqui para nos proteger, mas para nos assassinar".
"Em vez de cair num padrão previsível de divisão e politização do caso, vamos refletir sobre como podemos melhorar", afirmou Obama, o primeiro negro de 44 ocupantes da Casa Branca, horas antes do ataque no Texas.
O problema é que os EUA vêm refletindo há anos, sem que episódios semelhantes deixem de emergir, diz à Folha Eddie Glaude Jr., autor de "Democracy in Black".
"É a contradição fundamental no coração da América. Não importa o quão comprometidos dizemos ser com a democracia, neste país a vida branca tem mais valor. A qualquer momento alguém pode respirar pela última vez pelo único motivo de ser negro."
não eram brancos à época.
"Em tempos como estes devemos lembrar a importância de unir as Américas", afirmou o governador do Texas, Greg Abbott, sobre a morte dos agentes.
A polícia de Dallas na internet divulgou a foto de um suspeito, um homem negro de camisa militar.