Sabatina eleição presidenciáveis

Ciro Gomes defende taxação de fortunas, plebiscito e federalização de crimes como narcotráfico

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
24/08/2022 às 07:14.
Atualizado em 24/08/2022 às 07:15
 (TV Globo / Divulgação)

(TV Globo / Divulgação)

Durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta terça-feira (23), o candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) afirmou que, se for eleito presidente do Brasil,  pretende taxar as  grandes fortunas para viabilizar a renda mínima permanente de R$ 1 mil para famílias que ganham até R$ 417 por pessoa. Ciro foi o segundo presidenciável sabatinado pelos jornalistas William  Bonner e Renata Vasconcellos. 

"Vou implementar um novo modelo previdenciário e uma das formas de viabilizar isso será taxando fortunas de quem tem patrimônio superior a R$ 20 milhões, o que representa um contingente de 58 mil pessoas no Brasil atualmente", respondeu Ciro.

Segundo ele, "essa é uma forma de fazer com que as pessoas não dependam mais de um governo A ou B. É um absurdo que os políticos se aproveitem de uma das coisas mais tristes que existem para se reeleger, que é a fome".

Segurança 
Ao falar sobre segurança pública,  Ciro Gomes defendeu a federalização das figuras penais em casos de crimes organizados, milícias, narcotráfico, colarinho branco e contrabando armado. 
“Não é possível enfrentar facções criminosas e milícias localmente. A segurança é um problema federal. O governo tem que assumir essa responsabilidade’, afirmou o candidato à presidência. 
A proposta do candidato é organizar o sistema de segurança pública com bases tecnológicas para atuar de forma preventiva. “Atualmente o governo não usa essas ferramentas “, afirmou. 

(TV Globo / Divulgação)

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Meio Ambiente 

Ao ser questionado sobre o recorde desmatamento no Brasil, Ciro respondeu que “só repressão não resolve” e que pretende realizar um mapeamento via satélite. “Tem lugar que não pode desmatar. A caatinga, o pantanal e outros biomas estão sofrendo”, afirmou. 

Ciro também disse que a economia rural precisa aprender que “a floresta vale mais em pé” e “apresentar bases sustentáveis para que os empresários vejam que o modelo é vivável”. 

 Sobre a ausência no plano de governo 

Renata disse que o plano de governo de Ciro “não trata especificamente de catástrofes naturais, como as enchentes” e que “cerca de 457 brasileiros morreram por causa das chuvas nos cinco primeiros meses de 2022.”
“Vamos mapear as áreas de risco e agir. Pretendemos reativar 14 mil obras paradas, que vão gerar 5 milhões de empregos para auxiliar nesta questão. São obras principalmente em favelas como drenagem, macrodrenagem, saneamento básico, reformas de moradia popular e saneamento básico”, respondeu Ciro. 

 Saneamento Básico

 "Promover a harmonia do saneamento básico é dever do Estado, mas  pode haver participação da iniciativa privada para executar as obras", afirmou o presidenciável durante a sabatina. 

Ao ser questionado sobre o fato do seu partido ter entrado com uma ação, em 2020, no Superior Tribunal Federal (STF) pedindo a inconstitucionalidade do ‘Novo Marco Legal do Saneamento Básico’ no Brasil, o candidato respondeu que 
“Nossa preocupação era que o Marco não levava em conta as especificidades de cada região, podendo privatizar regiões pobres e em locais onde as pessoas não teriam condição de pagar pelo serviço”. 

Polarização 

Ao ser perguntado  sobre a polarização da campanha no país e as duras críticas contra os dois candidatos que estão na liderança das pesquisas, que juntos têm 79% das intenções de voto, Ciro se limitou a falar sobre a grave situação econômica que o país enfrenta.

O Brasil vive "a mais grave crise, com fome e pobreza", disse o candidato. "Há grupos políticos responsáveis por essa tragédia. Vou me esforçar para unir o Brasil".  Ao ser questionado novamente sobre se dirigir aos adversários de forma dura e ofensiva, Ciro Gomes, prometeu reavaliar seu comportamento em nome do seu projeto de “conciliação”. 

O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, disse que está tentando mostrar “ao pobre brasileiro” que não ajudou a construir a polarização que parece repetir o que aconteceu em 2018, quando Bolsonaro foi eleito.

"Eu estava lá em 2018, tentando advertir que as pessoas não podiam usar a promessa enganosa do Bolsonaro para repudiar a corrupção generalizada e o colapso econômico gravíssimo que foram produzidos pelo PT", afirmou.

Gomes voltou a criticar a corrupção no país e aproveitou para alfinetar Bolsonaro, entrevistado no mesmo estúdio, no Rio de Janeiro, no dia anterior (22). Ele lembrou que o presidente que concorre à reeleição pelo PL, disse na bancada, em rede nacional, que não há corrupção no Brasil. “Mas a corrupção está institucionalizada, está um despudor porque manipula o dinheiro público."

O pedetista destacou que está tentando "libertar o Brasil de uma crise que corrompeu organicamente a Presidência da República e a transformou em uma espécie de esconderijo do pacto de corrupção e fisiologia no Brasil."

Perfil 
Ciro não é novo na corrida presidencial. Já disputou o cargo por quatro vezes, em uma trajetória de 40 anos de vida pública, que inclui passagens por ministérios, governos estaduais, Câmara Federal, em sete partidos diferentes até parar no PDT.

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